A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou nesta quinta-feira (15) que menos medicação seja administrada durante o trabalho de parto, alegando que é muito elevada em função de um nível de referência inadequado por conta do ritmo de trabalho das mulheres durante o parto.

Desde a década de 1950, uma mulher cujo ritmo de dilatação do colo do útero é mais lento do que um centímetro por hora é considerado “anormal”, indicou o médico Olufemi Oladapo, do Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS, em entrevista coletiva nesta quinta-feira em Genebra.

Quando os médicos e a equipe enfrentam um trabalho mais lento do que essa referência, “a tendência é agir”, seja com uma cesariana, ou usando medicamentos como a oxitocina, que acelera o trabalho, explicou.

Na nova orientação, a OMS pede a eliminação da referência de um centímetro por hora.

“Pesquisas recentes mostraram que esta linha não se aplica a todas as mulheres e que cada nascimento é único”, disse Oladapo, acrescentando que “a recomendação que fazemos agora é que essa referência não deve ser usada para identificar mulheres em risco”.

Embora a taxa de cesariana varie de acordo com a região do mundo, a OMS vê um aumento geral nesta prática, o que considera perturbador.

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A OMS também está preocupada com o fato de as intervenções usadas anteriormente para evitar partos complicados terem-se tornado práticas comuns.

“A gravidez não é uma doença, e o nascimento é um fenômeno normal que você pode esperar que a mulher complete sem intervenção”, defendeu Oladapo.

“Mas o que temos visto nas últimas duas décadas são mais e mais intervenções médicas feitas em vão”, acrescentou.

A nova diretriz da OMS estipula que, para uma mulher que vai dar à luz pela primeira vez, todo trabalho de parto que não durar mais de 12 horas deve ser considerado normal.

Para as seguintes gravidezes, o número cai para menos de 10 horas.


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