A rápida propagação da ômicron causará “um grande número de hospitalizações” de pessoas com covid-19, embora seja uma variante um pouco menos perigosa do que sua antecessora – advertiu o braço europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (28).

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“Um rápido aumento da ômicron, como o que observamos em vários países – embora combinado com uma doença ligeiramente menos grave -, provocará um grande número de hospitalizações, especialmente entre os não vacinados”, afirmou Catherine Smallwood, uma das autoridades da OMS Europa.

Diante das incertezas sobre a nova variante detectada pela primeira vez no final de novembro na África do Sul, os países hesitam entre adotar fortes restrições ou uma estratégia mais flexível, devido aos sinais de menor gravidade da ômicron.

“É muito cedo para dizer se a onda da ômicron será mais ou menos grave do que a da delta”, disse Smallwood, “embora os dados preliminares nas populações mais afetadas da Europa (Inglaterra, Escócia, Dinamarca) mostrem que a ômicron pode dar lugar a um menor risco de hospitalização em comparação com a delta”.

A especialista em resposta a emergências pediu que os dados preliminares sejam considerados “com cautela”, já que, hoje, os casos observados se referem, principalmente, a “populações jovens e saudáveis em países com altas taxas de vacinação”.

“Ainda não vimos o impacto que a ômicron terá nos grupos mais vulneráveis, como os idosos que ainda não receberam a vacinação completa”, insistiu a especialista.

Os primeiros estudos na África do Sul, na Escócia e na Inglaterra mostram que a ômicron parece causar menos internações do que a variante delta.

Conforme esses dados, ainda muito incompletos e que devem ser tomados com cautela, a ômicron pode ser entre 35% e 80% menos grave do que a delta.

Outros especialistas destacam, no entanto, que um maior contágio pode anular a vantagem de uma variante menos perigosa. Muitos países vêm anunciando números recordes de casos desde o início da pandemia da covid-19.

Os especialistas também não sabem se essa gravidade aparentemente menor advém das características intrínsecas da variante, ou se está relacionada ao fato de afetar populações já parcialmente imunizadas (pela vacina, ou por infecção prévia).

De acordo com números divulgados na segunda-feira (27), a Europa se tornou o epicentro mundial do repique da pandemia, com 2.901.073 novos casos nos últimos sete dias (55% do total mundial), e o maior número de mortes, 24.287 em uma semana (53% do total), seguida por Estados Unidos/Canadá (10.269 mortos, 22%).