O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu aos governos, empresas e população em geral que apostem na unidade para vencer “a corrida” contra a covid-19, nesta quarta-feira (21) em Tóquio, a dois dias da abertura oficial dos Jogos Olímpicos.

“Não estamos numa corrida um contra o outro. Estamos numa corrida contra o vírus”, declarou o diretor-geral da agência da ONU perante os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), reunidos na capital japonesa.

“Para o sucesso destes Jogos Olímpicos é preciso velocidade, força e habilidade, mas também determinação, dedicação e disciplina”, frisou, pedindo ao mundo que mostre as mesmas qualidades para “triunfar” contra a pandemia.

Após ser convidado várias vezes para participar do grande evento olímpico, Ghebreyesus fez a viagem para levar uma “mensagem”, estimando que “mais do que qualquer outro evento, os Jogos Olímpicos atraem a atenção de todos os povos do mundo.”

“A pandemia vai acabar quando o mundo decidir acabar com ela. Tudo depende de nós”, afirmou, apelando para que a administração das vacinas seja acelerada e para uma distribuição mais equitativa das doses entre os países.

A covid-19 já causou mais de quatro milhões de mortes no mundo.

“Estamos no início de uma nova onda de infecções e mortes” e “mais 100.000 pessoas perderão suas vidas até que a chama olímpica se apague em 8 de agosto”, insistiu.

– “O risco zero não existe” –

Como vem repetindo há meses, Ghebreyesus lembrou que os países ricos estocam a maior parte das doses das vacinas, o que compromete o combate ao surgimento de possíveis variantes no mundo: “Se você só colocar água em parte do fogo, o resto continuará a queimar e as brasas de um incêndio podem causar outro surto em outro lugar.”

Isso fará com que “a transmissão seja grande e apareçam novas variantes”, com o risco de “uma delas escapar do efeito das vacinas e nos levar de volta ao ponto de largada”, alertou o chefe da OMS.

Sobre a organização desses Jogos em meio a uma pandemia, a OMS, que assessorou o COI, lembrou que “não existe risco zero”, como mostram os 71 casos positivos identificados desde o início de julho entre pessoas ligadas ao evento.

“Deram o seu melhor”, disse Thedros ao COI, acreditando que “a marca do sucesso” não é a ausência de casos, mas a garantia de que os casos serão “identificados, isolados, rastreados e acompanhados” para que “a subsequente transmissão seja interrompida.”