O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) instou Israel, neste sábado (16), a desistir de atacar Rafah, uma cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, onde mais de um milhão de palestinos estão refugiados, “em nome da humanidade”.

“Estou profundamente preocupado com os relatos sobre um plano israelense de realizar um ataque terrestre contra Rafah. Uma nova escalada de violência nesta área densamente povoada causaria ainda mais mortes e sofrimento”, escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus na rede social X.

“Em nome da humanidade, pedimos a Israel que não avance e, em vez disso, trabalhe em prol da paz”, acrescentou.

Tedros também afirmou que a evacuação planejada pelo Exército israelense antes de lançar um ataque não é uma solução viável.

“As 1,2 milhão de pessoas em Rafah não têm para onde ir e não há hospitais em funcionamento e seguros para onde possam ir em outras partes de Gaza”, ressaltou.

“Muitas pessoas estão muito frágeis, com fome e doentes para serem deslocadas novamente”, acrescentou o diretor da OMS.

Israel anunciou na sexta-feira que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovou “os planos de ação” do Exército para a ofensiva em Rafah, na fronteira fechada com o Egito, onde muitos dos povos de Gaza expulsos pela ofensiva israelense se refugiaram.

Essa operação, contra a qual os Estados Unidos e a ONU têm advertido repetidamente, poderia ocorrer na ausência de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Netanyahu prometeu “aniquilar” o Hamas após o ataque sem precedentes lançado pelo movimento islamista palestino em 7 de outubro no sul de Israel.

Esse ataque resultou em 1.160 mortes, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses.

Além disso, cerca de 250 pessoas foram sequestradas, com cerca de 100 libertadas durante uma trégua de uma semana no final de novembro. Israel estima que 130 permanecem em cativeiro e que 32 delas morreram.

A ofensiva aérea e terrestre de Israel em Gaza já causou até agora 31.553 mortes, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.

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