A Organização Mundial da Saúde (OMS) celebrou nesta quinta-feira o retorno ao trabalho no Afeganistão, após receber a “permissão” dos talibãs.
“Recebemos este anúncio como um passo na direção certa”, disse Richard Peeperkorn, representante da OMS no país.
A organização suspendeu as atividades no Afeganistão em abril passado, assim como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), após o Talibã ter retirado suas garantias de segurança. O CICV foi “autorizado” a retomar suas atividades em 15 de setembro.
O movimento insurgente anunciou na quarta-feira que “deu permissão” à OMS para trabalhar nas áreas que controla, mas com a condição, entre outros aspectos, de que a organização o consultasse ao recrutar funcionários.
Os talibãs exigem também que a campanha de vacinação contra a pólio seja realizada em clínicas, e não em residências ou nas mesquitas.
No comunicado, a OMS enfatiza que são precisamente as campanhas de vacinação de porta em porta que permitem alcançar o maior número de crianças.
O Afeganistão é um dos poucos países do mundo onde o vírus da poliomielite ainda é endêmico.
O Talibã e alguns líderes religiosos afegãos acreditam que as campanhas de vacinação são uma conspiração ocidental para esterilizar crianças muçulmanas ou para realizar atividades de espionagem.