OMS diz que mudanças climáticas são ‘emergência de saúde’

ROMA, 13 AGO (ANSA) – A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta quarta-feira (13) que os eventos climáticos na União Europa são também “uma emergência sanitária”, já que o calor influencia na difusão de doenças “antes raras” no continente e no aumento de hospitalizações.   

A declaração, em nome da Comissão Pan-Europeia sobre Clima e Saúde, do Escritório Europeu da OMS, foi dada em carta aberta aos governos dos Estados-membros.   

“A Europa está enfrentando ondas de calor recordes, cada vez mais frequentes, intensas e mortais”, disse a organização, ressaltando que “a mortalidade relacionada ao calor aumentou 30% nas últimas duas décadas, com mais de 100 mil falecimentos”, além de alertar que “o número de óbitos deverá aumentar nos próximos anos”.   

“O aumento das temperaturas está mudando o panorama das doenças infecciosas e aumentando a pressão sobre os serviços de saúde europeus”, acrescentou a comissão, segundo a qual, “as mudanças climáticas têm permitido a disseminação de doenças que antes eram raras” no continente.   

“Os casos de dengue transmitidos localmente na UE e no Espaço Econômico Europeu aumentaram 368% entre 2022 e 2024”, revelou o órgão.   

A Comissão também citou um aumento nos atendimentos de emergência “durante ondas de calor, especialmente por problemas cardíacos, pulmonares e renais”.   

“A saúde mental também é afetada: o sono se deteriora, a ansiedade piora e a função cognitiva diminui”, explicou a comissão da OMS, destacando que “pessoas com problemas de saúde mental correm maior risco de insolação e hospitalizações, já que alguns medicamentos prescritos reduzem a capacidade do corpo de regular sua própria temperatura”.   

Por fim, a entidade também mencionou as consequências do calor para certos trabalhadores, que podem sofrer com “insolação e esgotamento”. (ANSA).