SÃO PAULO, 25 SET (ANSA) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em suas redes sociais um vídeo exaltando as ações da Itália no combate à pandemia do novo coronavírus.   

A gravação de quatro minutos e meio destaca que o “governo e a comunidade, em todos os níveis, reagiram fortemente e inverteram a trajetória da epidemia com uma série de medidas baseadas na ciência”.   

O vídeo também enumera as ações tomadas pelas autoridades para conter o Sars-CoV-2, como a instituição de “zonas vermelhas” nas cidades que registraram os primeiros casos de transmissão interna no país, ainda em fevereiro, e a decretação de um rígido lockdown nacional, válido de 10 de março a 18 de maio.   

Além disso, exalta a responsabilidade dos cidadãos italianos e o trabalho de operadores sanitários. “A Itália mostrou que a trajetória da epidemia pode ser revertida com comprometimento, coordenação e comunicação entre governo e comunidades, com um sistema público de saúde resiliente e seguindo respostas baseadas na ciência”, diz a OMS.   

O vídeo também foi divulgado pelas principais autoridades italianas, incluindo o primeiro-ministro Giuseppe Conte. O país chegou a ser o mais atingido pela pandemia em todo o mundo entre março e abril e acumula 304.323 casos e 35.781 mortes.   

Os novos contágios e óbitos estão há mais de dois meses em uma trajetória de alta, mas seguem longe do pico da pandemia, quando a Itália registrava cerca de 6 mil casos e 900 falecimentos por dia. Na última quinta (24), segundo o Ministério da Saúde, foram 1.786 diagnósticos positivos confirmados e 23 mortes.   

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Ainda assim, a resposta do governo não está livre de críticas.   

Um comitê de parentes de vítimas de Bergamo, epicentro da pandemia na Itália, já apresentou ao Ministério Público dezenas de denúncias contestando as medidas das autoridades no início da crise.   

As ações questionam o motivo de não ter sido decretado um lockdown imediato no Vale Seriana, principal foco de disseminação na província bergamasca, e o não fechamento do hospital de Alzano Lombardo, de onde o Sars-CoV-2 começou a se espalhar pela zona.   

As denúncias também citam a suposta falta de informações para os pacientes e parentes sobre os riscos de infecção, especialmente no início da pandemia; a ausência de dispositivos de proteção em hospitais; e a escassez de médicos para a gestão domiciliar de doentes sem necessidade de internação.   

A província de Bergamo registrou seus primeiros casos em 23 de fevereiro, mas só entrou em lockdown em 9 de março, com o restante da Lombardia – a quarentena nacional começaria no dia seguinte.   

A postura das autoridades divergiu daquela adotada para as 11 cidades que diagnosticaram os primeiros contágios por transmissão interna na Itália, em 21 de fevereiro.   

Naquela ocasião, os 11 municípios – sendo 10 na província de Lodi, na Lombardia, e um na província de Pádua, no Vêneto – foram transformados imediatamente em “zona vermelha”, um regime rígido que incluía até toque de recolher. (ANSA).   


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