A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta sexta-feira (28), pela primeira vez, diretrizes globais para melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da infertilidade, que afeta milhões de pessoas no mundo.
“Globalmente, uma em cada seis pessoas enfrenta a infertilidade ao longo da vida. O problema afeta indivíduos e casais de todas as regiões e níveis de renda. Contudo, o acesso a cuidados seguros e acessíveis continua sendo muito desigual”, destacou Pascale Allotey, diretora do departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva da OMS.
“Este guia propõe um marco unificado e baseado em evidências para garantir que o atendimento de fertilidade seja seguro, eficaz e acessível para todos que precisam”, acrescentou.
A OMS define a infertilidade como a incapacidade de engravidar após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares sem proteção.
A situação pode gerar angústia, estigmatização e dificuldades econômicas.
Em muitos países, os exames e tratamentos contra a infertilidade recaem sobre os pacientes, o que frequentemente resulta em gastos “catastróficos”, segundo a OMS.
“Em alguns contextos, um único ciclo de fertilização in vitro (FIV) pode custar o dobro da renda anual média de um lar”, destaca a organização.
A OMS publicou nesta sexta-feira 40 recomendações que defendem a integração da fertilidade nas estratégias, serviços e financiamento nacional de saúde.
Também estabelecem diretrizes sobre as etapas para um atendimento clínico eficaz, tanto no diagnóstico quanto no tratamento.
A organização ressalta a importância dos diagnósticos masculinos, que frequentemente não são realizados.
Além disso, a OMS oferece orientações que vão de estratégias de gestão mais simples até tratamentos complexos, como a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro.
A organização recomenda ainda mais investimentos em prevenção para abordar os principais fatores de risco de infertilidade, como infecções sexualmente transmissíveis não tratadas e o tabagismo.
A OMS incentiva cada país a “adaptar as recomendações aos seus contextos locais e monitorar os avanços alcançados”.
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