Vários funcionários da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do sistema Covax alertaram nesta segunda-feira (8) contra um excesso de pessimismo em relação à vacina anticovid AstraZeneca, principalmente no que diz respeito a salvar vidas e limitar hospitalizações.

“É muito cedo para rejeitar esta vacina” que é “uma parte importante da resposta global à atual pandemia”, disse Richard Hatchett, um dos responsáveis pelo mecanismo Covax para garantir uma distribuição justa da mídia contra o covid-19.

“É absolutamente crucial usar as ferramentas de que dispomos da forma mais eficaz possível”, acrescentou ele em uma entrevista coletiva na sede da OMS em Genebra.

As dúvidas sobre a eficácia do AstraZeneca em pessoas com mais de 65 anos se multiplicaram nas últimas semanas. E, no domingo, a África do Sul suspendeu temporariamente seu uso devido à eficácia “limitada” contra a variante sul-africana do vírus.

Michael Ryan, responsável por questões emergenciais de saúde da OMS, disse por sua vez que “a principal tarefa das vacinas hoje é reduzir o número de hospitalizações e mortes”.

“E, atualmente, me parece que os dados mostram que isso é o que todas as vacinas fazem”, acrescentou Ryan, reconhecendo que será necessária “uma segunda e terceira geração de vacinas para fazer mais”.

A vacina da AstraZeneca, que ainda não obteve a homologação da OMS, representa a maioria das doses que serão distribuídas pelo sistema Covax aos países mais desfavorecidos.