30/08/2021 - 12:35
COPENHAGEN, 30 AGO (ANSA) – Em um relatório publicado nesta segunda-feira (30), o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa alertou para o risco da estagnação das campanhas de vacinação contra a Covid-19 no continente.
Segundo os dados apresentados, em documento assinado pelo diretor Hans Kluge, há lentidão tanto nos países mais ricos como nos mais pobres da região e há a necessidade de acelerar a fabricação, a distribuição e a aplicação das doses.
Destacando que em cerca de oito meses “quase 850 milhões de doses foram administradas”, o que é um “feito impressionante”, “nas últimas seis semanas a vacinação em toda a região caiu, influenciada pela falta de acesso às vacinas em alguns países e a falta de aceitação das vacinas em outros”.
“Hoje, apenas 6% das pessoas em países de baixa ou média renda em nossa região completaram a vacinação totalmente. Mesmo que aproximadamente 3 em cada 4 trabalhadores da saúde completaram a vacinação contra a Covid-19, há países que só conseguiram vacinar 1 em cada 10 profissionais”, alerta o texto.
“O ceticismo em relação à vacina e o negacionismo da ciência estão nos impedindo de estabilizar essa crise. Isso não serve para nenhum propósito e não serve para ninguém. A participação pública é vital para o sucesso da vacinação contra a Covid-19”, diz ainda.
Kluge destaca também que houve um aumento de 10% na incidência de casos na Europa, com muitas nações relatando altas nos números de internação e mortes (11%). Se a situação continuar nesse ritmo, a OMS Europa estima que haverá mais “236 mil mortes até 1º de dezembro”.
O documento ressalta que três fatores estão sendo os mais importantes nessa nova onda de casos: a disseminação da variante Delta do coronavírus Sars-CoV-2, “que hoje está em 50 países da região”, a flexibilização das regras de saúde pública e a temporada de viagens por conta do Verão. “Devemos ser firmes em manter as múltiplas camadas de proteção, incluindo a vacinação e as máscaras. Vacinas são o caminho para reabrir as sociedades e para estabilizar economias. Apesar disso, nós continuamos a ser desafiados por produção insuficiente, acesso insuficiente e aceitação insuficiente das vacinas”, ressalta Kluge.
Conforme a OMS, a Europa soma mais de 64 milhões de casos de Covid-19 e 1,3 milhão de mortes pela doença desde o início da crise sanitária. (ANSA).