Londres, 8/12 – A Organização Internacional do Açúcar (OIA), que tem sede em Londres, chegou à conclusão de que o andamento das safras de cana-de-açúcar nos principais países produtores do mundo não dá suporte ao mercado, que tem revelado queda dos preços nos últimos dois meses. A avaliação foi feita com base em boletins recentes de vários países enviados à Organização, de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira, 8, pela entidade. O documento mostra, por exemplo, dados já divulgados no Brasil. Na região Centro-Sul do País, na primeira metade de novembro, a produção de açúcar alcançou 1,36 milhão de toneladas (mais 13,58%). Já a de etanol totalizou 920 milhões de litros (menos 23,19%). No acumulado da safra 2016/17, a fabricação de açúcar atinge 33,56 milhões de toneladas (mais 16,96%) e a de etanol, 23,56 bilhões de litros (menos 4,82%). A OIA ressaltou que o aumento de preços visto no mercado mundial e doméstico na primeira metade do ano e a menor demanda por etanol, por causa da comparação com o preço da gasolina, fizeram os produtores se concentrarem mais na atividade açucareira do que na de combustível. Sobre a Índia – o maior mercado consumidor e o segundo produtor – a entidade destacou que a produção aumentou para 2,741 milhões de toneladas (17%) na safra atual na comparação com a anterior. Uma associação privada do país (Isma) previu que ainda há estoque suficiente na safra 2016/2017 e que a Índia não precisará importar açúcar. “A cana-de-açúcar voltou ao normal e, portanto, a Isma espera que o país volte a ser um produtor superavitário”, disse a OIA. Em relação à China, cuja colheita começou em setembro, a projeção local é de um aumento de 15,01% na produção no ciclo 2016/17, para 10,0 milhões de toneladas – na safra anterior, o saldo foi de 8,702 milhões de toneladas. A previsão da OIA é a de que o país continue a ser o maior importador do mundo em 2016/17, embora o governo local tenha começado a estocar a commodity. Na Tailândia, a expectativa de produção de cana e de açúcar em 2016/2017 deve cair cerca de 3% por causa do maior período de secas observado no país em mais de duas décadas, ocorrido no primeiro semestre.


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