Com destaque para renda variável, as emissões domésticas no mercado de capitais somaram no ano passado R$ 396,1 bilhões, aumento de 59,3% em relação a 2018, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Diante do momento favorável para o mercado de ações por conta da queda dos juros, a participação dos ativos de renda fixa no total caiu de 89,1% para 68,2%, ao passo que as ações saltaram de 4,5% para 22,8%

“Com a retomada da economia, 2019 se consagrou como ano recorde de captação de diversos instrumentos financeiros: debêntures, ações, fundos imobiliários, notas promissórias, letras financeiras, CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). As empresas foram mais a mercado e, de quebra, experimentaram o segmento de renda variável, impulsionadas pelos cortes na taxa de juros”, destacou, em nota, o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni.

No ano, no mercado de renda variável, o destaque ficou com as ofertas subsequentes (follow ons), cujo volume passou de R$ 4,5 bilhões em 2018 para R$ 79,9 bilhões. Já as ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) foram cinco ao longo de 2019, que juntas somaram R$ 10,2 bilhões. Não estão nessa conta os IPOs da XP Investimentos e Afya, que escolheram a bolsa norte-americana Nasdaq para abrirem o capital.

As emissões de debêntures registraram crescimento de 12,9% do volume emitido, totalizando R$ 173,6 bilhões. Os investidores institucionais seguem como os principais compradores destes papéis, com 53,8%.

As debêntures incentivadas, as de infraestrutura, que isentem as pessoas físicas do imposto de renda, registraram aumento de 52,3%, com um volume de R$ 33,2 bilhões. Em número de negócios foram 70, com o prazo médio das operações indo de 10,3 para 12,6 anos.

Destaque ainda para as ofertas de fundos imobiliários. As emissões mais que dobraram, passando de R$ 15,7 bilhões para R$ 35,8 bilhões. Esses produtos representaram 9% do total das negociações no mercado de capitais em 2019. As pessoas físicas compraram 54,6% do total colocado.

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No mercado internacional, as empresas brasileiras captaram US$ 25,4 bilhões ante US$ 15,4 bilhões em 2018. Deste total, 95% foram com títulos de dívida e o restante, em operações com renda variável (Afya e XP). As maiores emissões foram de títulos do governo brasileiro e da Petrobras, no valor de US$ 3 bilhões cada.


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