13/08/2024 - 10:00
A ofensiva ucraniana na Rússia cessará se Moscou aceitar uma “paz justa” e acabar com a invasão da Ucrânia, afirmou a diplomacia ucraniana nesta terça-feira (13).
“Quanto mais cedo a Rússia concordar em restaurar uma paz justa (…), mais cedo cessarão as incursões das forças de defesa ucranianas em território russo”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Georgiy Tykhy.
A Ucrânia iniciou uma operação militar em larga escala na região russa de Kursk em 6 de agosto. Desde fevereiro de 2022, o país enfrenta a invasão lançada por Moscou, que ocupa até 20% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014.
Neste contexto, “as ações ucranianas são absolutamente legítimas, especialmente no marco do direito de legítima defesa contemplado na Carta das Nações Unidas”, assegurou Tykhy.
Segundo ele, Kiev não quer “anexar” o território russo sob seu controle, mas quer criar uma ‘zona tampão’ ao longo da fronteira para proteger os ucranianos e seu Exército dos constantes bombardeios russos, além de enfraquecer a ofensiva do Kremlin, que continua avançando no leste da Ucrânia.
O Exército ucraniano afirmou na segunda-feira que controla 1.000 km2 de território russo.
“Ao contrário da Rússia, a Ucrânia não precisa de propriedade estrangeira. A Ucrânia não quer anexar nenhum território na região de Kursk, mas quer proteger a vida do seu povo”, declarou o porta-voz ucraniano.
Desde o início de junho, a Rússia lançou “mais de 2.000 ataques” a partir de Kursk contra a região ucraniana de Sumy, do outro lado da fronteira, disse Tykhy.
Como Kiev não pode atacar profundamente o território russo com mísseis de longo alcance fornecidos por seus aliados ocidentais, “é necessário usar as Forças Armadas para libertar estas áreas fronteiriças dos contingentes militares russos que atingem a Ucrânia”, sublinhou.
Além disso, a incursão em Kursk “impede a Rússia de deslocar unidades adicionais para a região de Donetsk”, no leste da Ucrânia, onde as tropas de Moscou estão na ofensiva há meses, disse o porta-voz.
Ele também garantiu que o Exército ucraniano “respeita plenamente as leis e costumes da guerra e o direito humanitário internacional” em território russo e ataca apenas alvos “militares”.
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