As forças iraquianas lançaram nesta terça-feira, com o apoio de milícias xiitas, uma operação para tomar do grupo Estado Islâmico (EI) a localidade de Sharqat, chave na reconquista de Mossul, última cidade importante do Iraque nas mãos do grupo extremista sunita, segundo fontes militares.

Sharqat se encontra na margem ocidental do rio Tigre, 260 km a noroeste de Bagdá e 80 km ao sul de Moscou.

As forças iraquianas já conquistaram várias localidades ao norte de Sharqat, antes da ofensiva sobre Mossul. Mas a participação das milícias xiitas nestas operações freou o avanço, já que as autoridades temiam a reação da população da região, majoritariamente sunita, se as milícias participassem.

“A operação para liberar Sharqat começou às 05h30 locais (23h30 de Brasília de segunda-feira) a partir de vários setores, com o apoio das forças da coalizão”, indicou Yahya Rasul, um porta-voz do centro de coordenação iraquiano das operações contra o Estado Islâmico.

“Estamos avançando”, disse à AFP. “Sharqat é importante, não podemos avançar a Mossul se os terroristas controlarem Sharqat”, acrescentou.

A localidade se encontra no extremo norte da província de Salahedin, que conta, entre outras, com as cidades de Samarra e Tikrit, também perto da província de Nínive, da qual Mossul é a capital.

Ahmed al-Assadi, porta-voz das Unidades paramilitares xiitas de mobilização popular, também anunciou uma operação para tomar Sharqat.

As milícias “e o exército iraquiano, apoiado pela Força Aérea, lançaram a operação para terminar de expulsar os bandidos terroristas das terras usurpadas do Iraque”, afirmou.

As unidades paramilitares xiitas estão oficialmente sob o controle do primeiro-ministro Haider al-Abadi, mas várias das milícias que formam este corpo irregular respondem ao Irã. Tiveram um papel primordial na reconquista das zonas ocupadas pelo EI desde 2014.

Nestas unidades também combatem milícias tribais sunitas que apoiam o governo iraquiano.

O presidente americano, Barack Obama, estimou na segunda-feira depois de se reunir com Abadi à margem da Assembleia Geral da ONU que seria possível lançar “com bastante rapidez” uma ofensiva contra Mossul.