SÃO PAULO, 11 ABR (ANSA) – Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que carrega seu sobrenome, disse que ordenou o pagamento de R$ 13 milhões em espécie ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Esse foi o primeiro interrogatório do executivo com Moro após ele ter fechado acordo de delação premiada. Odebrecht é réu em um processo que investiga se o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci recebeu propinas para favorecer a empresa.
Segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, o ex-presidente da construtora disse ao juiz federal que Lula era chamado de “Amigo” nas planilhas da empreiteira e que usava uma conta com esse codinome para fazer repasses ao ex-presidente.
Parte desses recursos seria usada pelo Instituto Lula na construção de uma nova sede, obra que nunca saiu do papel. Além disso, ainda de acordo com a “Folha”, Odebrecht revelou ter dado R$ 50 milhões à campanha de Dilma Rousseff por meio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
O suposto pagamento de R$ 13 milhões a Lula teria sido feito em seis parcelas entre 2012 e 2013, por meio de um assessor de Palocci. No entanto, a íntegra do depoimento e a delação premiada de Odebrecht estão sob sigilo.
Por sua vez, o Instituto Lula disse que todas as doações da empreiteira foram registradas e informadas à Operação Lava Jato e que o ex-presidente não sabe de qualquer planilha onde possa ser chamado de “Amigo”.
Além disso, em uma entrevista à “Rádio Meio Norte”, do Piauí, o petista chamou de “canalhas” os autores de vazamentos que o comprometem. (ANSA)