A construtora Odebrecht S.A. era um dos maiores destaques para o desenvolvimento nacional, no Brasil, ou no exterior – até o surgimento da Lava Jato.
Nesta terça-feira, o ex-CEO Marcelo Odebrecht, de 49 anos, deixa a prisão para cumprir o resto de sua pena de 10 anos em casa.
Veja os principais fatos sobre a companhia e seu dono.
– Empresa familiar –
A Odebrecht S.A. costuma ser descrita como uma construtora, mas também atua com destaque nos ramos da engenharia, agricultura e petroquímica.
A gigante multinacional foi fundada em 1944, na Bahia, por Norberto Odebrecht, avô de Marcelo.
Em 2015, a empresa tinha 128 mil funcionários e receita líquida de cerca de 39 bilhões de dólares, além de atividades em 25 países.
Com exportações para mais de cem países, a Odebrecht S.A. está envolvida em uma variedade impressionante de empreendimentos, que incluem até uma fábrica de submarinos. Entre seus negócios de mais destaque foram a construção do Maracanã, o porto de Mariel, em Cuba, o aeroporto Simon Bolívar, na Venezuela, e a estrada Grand Parkway, no Texas.
Os tempos de vacas gordas foram superados com o escândalo de corrupção. Hoje, a empresa tem entre 75 mil e 80 mil funcionários.
– Setor de propina –
Sob comando de Marcelo Odebrecht, a empresa ficou conhecida por outro grande projeto: corrupção.
As investigações do Ministério Público no âmbito da operação Lava Jato revelaram as ações da Odebrecht no suborno de políticos para garantir contratos de construção inflacionados.
A empresa também pagava propina a políticos – algumas vezes diretamente, outras por meio de doações ao partido – para conseguir aprovar legislações favoráveis.
O esquema de corrupção era tão intenso que a Odebrecht S.A. tinha um departamento dedicado apenas a isso.
Setenta e sete executivos, inclusive Marcelo, negociaram acordos de delação premiada, entregando o esquema e o nome dos políticos que teria recebido propina. Sua pena foi reduzida em 9 anos dos 19 originais e agora ele vai poder cumpri-la em casa, em São Paulo.
– Multa internacional –
As investigações revelaram mais esquemas de corrupção da Odebrecht pela América Latina, em países como México, Panamá, Equador e Peru, com grande repercussão política.
Em dezembro, o Departamento de Justiça americano anunciou que a Odebrecht S.A. e sua joint venture petroquímica Braskem iriam pagar uma multa de 3,5 bilhões – um recorde, em casos internacionais de corrupção – após admitir ter pago 788 milhões em propinas em 12 países.