SÃO PAULO, 10 DEZ (ANSA) – A Odebrecht e o Ministério Público (MP) do Peru assinaram neste fim de semana um acordo de cooperação em que a construtora entregará documentos e dados sobre o repasse de propina para funcionários públicos no país.   

O acordo foi firmado no sábado (8) e, segundo o procurador Rafael Vela, a Odebrecht pagará US$ 181 milhões de indenização pelos próximos 15 anos. Com isso, a construtora poderá continuar operando no Peru.   

“Eles [Odebrecht] têm a obrigação de continuar colaborando, continuar entregando provas documentais de acordo com as demandas da promotoria”, informou Vela, em entrevista ao jornal “El Comercio”.   

Segundo a imprensa peruana, a primeira parcela da indenização será de US$ 23 milhões. Com o acordo, o MP peruano acredita que poderá conseguir informações importantes para os inquéritos contra os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011), Ollanta Humala (2011 -2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016 -2018), bem como a líder da oposição Keiko Fujimori.   

De todos eles, o único formalmente acusado é Toledo, suspeito de ter recebido US$ 20 milhões em propinas da Odebrecht. O ex-presidente mora na Califórnia, nos Estados Unidos, e o Peru já pediu sua extradição. García, Humala e Kuczynski ainda estão sendo investigados pela procuradoria.   

A empreiteira brasileira confessou à Justiça norte-americana ter pagado US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014. Além do Peru, a Odebrecht já assinou acordos de cooperação com outros cinco países: Estados Unidos, República Dominicana, Suíça, Equador e Guatemala. (ANSA)