São Paulo, 7/6 – O corte nas taxas de juros menor do que o desejado pelo setor agropecuário pode desestimular, “em um primeiro momento”, o produtor rural a acessar as linhas do Plano Safra 2017/2018, de acordo com o gerente técnico-econômico do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. “Como consequência, poderíamos visualizar um período de menor uso de tecnologia no campo”, destacou, ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Para ele, a redução deveria ser de, “no mínimo”, três pontos porcentuais. O governo, contudo, diminuiu as taxas de juros em um a dois pontos porcentuais. “Foi pouco, porque a Selic e a inflação estão caindo.”

Turra também avaliou como insuficientes os R$ 550 milhões para subsídio ao Programa do Seguro Rural. “Deveria ser o dobro disso”, destacou. Mas o gerente técnico-econômico da Ocepar viu com bons olhos o aumento de recursos totais do Plano Safra, bem como as taxas de juros mais baixas para os programas de armazenagem e inovação.

Pela manhã, o governo anunciou R$ 190,25 bilhões em crédito rural para o Plano Safra 2017/2018, cujo período de vigência vai de 1º de julho a 30 de junho do ano que vem. Os juros para Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), com R$ 1,6 bilhão em recursos, e para programa de inovação, com R$ 1,26 bilhão, são de 6,5% ao ano.

Os juros de custeio caíram de 8,5% e 9,5% ao ano para 7,5% e 8,5% ao ano. Já os juros para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural serão de 7,5% ao ano, com R$ 21,7 bilhões em recursos, alta de 12% sobre 2016/2017. Do total, os médios produtores rurais terão à disposição R$ 18 bilhões em custeio e R$ 3,7 bilhões em investimentos.

“De modo geral, o Plano Safra não trouxe grandes novidades, está dentro do que de certa forma já havia sido informado pela imprensa, com poucas alterações”, concluiu Turra.