A economia da Turquia tem se mostrado resistente a duros choques, afirmou nesta segunda-feira a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). A entidade estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve desacelerar para um crescimento de quase 3% neste ano, mas em seguida acelerar gradualmente para 3,8% até 2018.

“A economia turca continua a enfrentar ventos contrários geopolíticos e condições políticas instáveis, após ter passado por uma tentativa de golpe em julho e se envolvido em operações militares na Síria”, afirmou a OCDE em seu relatório Perspectiva Econômica Global. A entidade sediada em Paris prevê crescimento do PIB de 2,9% neste ano e de 3,3% em 2017, impulsionado pela recuperação do consumo doméstico e pelo gradual avanço das exportações. A OCDE acrescenta que há grandes incertezas, mas as políticas fiscal e monetária prudentes apoiam o cenário e devem impulsionar o gasto dos consumidores a partir do fim deste ano.

Após a tentativa de golpe em meados de julho, o sentimento do mercado piorou apenas temporariamente, disse a OCDE. A entidade ressaltou que, mais recentemente, em um contexto de alta incerteza geopolítica e da ampliação do estado de emergência, um rebaixamento de rating gerou mais fraqueza para a lira turca e o mercado de ações local.

A lira turca recua 17% ante o dólar até agora neste ano. A pressão de baixa sobre a moeda se intensificou no segundo semestre deste ano diante dos acontecimentos na arena doméstica, da fraqueza dos mercados emergentes após as eleições dos EUA e da expectativa de elevação dos juros norte-americanos em dezembro. A fraqueza da lira eleva o temor de preços mais altos, após a taxa de inflação anual no país desacelerar para 7,16% em outubro, de 7,28% em setembro, mas ficar abaixo da meta oficial do banco central, de 5%.

A OCDE projeta que a inflação anual da Turquia atinja 7,9% neste ano, antes de desacelerar para 7,7% no próximo e para 7,3% em 2018.

A organização disse que houve uma piora na confiança das pessoas e das empresas. Os principais mercados exportadores da Turquia estão na Europa, onde há fraqueza econômica, afirmou a entidade. A OCDE cita ainda que deve haver um referendo constitucional no país no ano que vem como um fator de incerteza.

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O déficit em conta corrente da Turquia caiu de 8% do PIB em 2013 para estimados 4,6% em 2016, disse a OCDE. A entidade espera que o déficit em conta corrente do país atinja 4,7% do PIB no próximo ano e 4,5% em 2018. Fonte: Dow Jones Newswires.


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