OCDE pede manutenção da abertura de mercados para não afetar recuperação

OCDE pede manutenção da abertura de mercados para não afetar recuperação

Enquanto o presidente americano, Donald Trump, promete adotar medidas protecionistas, a OCDE pediu nesta terça-feira que se mantenha a abertura dos mercados, a fim de não prejudicar a “modesta” recuperação do crescimento mundial.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos manteve inalterada – após a estimativa de novembro – sua previsão de crescimento mundial de 3,3% para 2017.

Manteve ainda suas previsões de crescimento por país, com a exceção do Reino Unido, para onde prevê um aumento de 1,6% para este ano, contra a projeção de 1,2% de novembro.

“É importante manter os mercados mundiais abertos e transparentes para os capitais, os bens e os serviços”, pediu a OCDE, que, apesar de ter sua sede baseada em Paris, apresentou em Washington suas previsões atualizadas.

A escolha da capital americana coincide com a preocupação da organização com o viés protecionista das medidas econômicas prometidas pelo governo de Donald Trump.

A organização projeta uma melhora do comércio mundial, em particular na Ásia, apesar de estimar um crescimento em “um ritmo inferior ao registrado antes da crise”.

“Embora tenha havido um aumento da confiança, do consumo, dos investimentos, do comércio e da produtividade, ele ainda não é forte o suficiente”, afirmou a OCDE, que considera que “as incertezas políticas poderiam fazer a modesta recuperação descarrilar”.

Como nos últimos anos, a OCDE pede aos países que tenham “uma margem de manobra orçamentária (…) e que apliquem iniciativas fiscais eficazes para impulsionar a demanda” para reforçar o crescimento mundial.

Por um lado, a OCDE aumentou ligeramente sua previsão de crescimento para este ano na zona do euro (0,1%), na Alemanha (1,8%), na França (1,4%) e na Itália (1%).

Por outro lado, revisou em baixa sua previsão para a França em 2018, em 1,4% (-0,2%), e manteve inalteradas as previsões para a Alemanha e a Itália, em 1,7% e 1%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, o crescimento econômico seria de 2,4% em 2017 (+0,1% em relação à previsão de novembre), um aumento importante em relação ao 1,6% de 2016, enquanto em 2018 seria de 2,8%.

Já a China, cuja economia cresceu 6,7% em 2016, teria um crescimento de 6,5% este ano (+0,1% em relação à estimativa de novembro). A desaceleração deve permanecer em 2018, com um crescimento de 6,3%.

Entre os outros países, a OCDE prevê um menor crescimento na Índia (7,3%, contra 7,6% previsto em novembro) e um crescimento nulo para o Brasil, atualmente em recessão.