O déficit fiscal dos Estados Unidos deve permanecer em torno de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos dois anos, enquanto a taxa de dívida pública segue em níveis historicamente altos, aponta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório divulgado nesta terça-feira, 25.

Segundo o documento, o déficit fiscal deve desacelerar para 7,6% do PIB em 2024, antes de voltar a expandir para 7,7% em 2025. A taxa de relação dívida/PIB crescerá de 122,5% em 2023, para 125,4% em 2024 e para 129,4% em 2025. Os números seguem estáveis em relação às estimativas publicadas pela OCDE em maio.

A organização, no entanto, espera uma “consolidação estável” das finanças públicas a partir de 2025, com “ajustes plurianuais” capazes de refletir condições cíclicas que pressionam o fiscal no longo prazo e colocar o orçamento em uma trajetória “mais prudente”. A OCDE, por exemplo, aponta a necessidade de lidar com os crescentes custos de previdência social e gastos com saúde per capita nos EUA.

Além disso, o relatório sugere a simplificação do processo para desenvolvimento e aprovação do orçamento fiscal americano, que atualmente “falha na imposição de restrições efetivas”. A OCDE propõe a substituição do modelo que separa o orçamento do teto da dívida por uma “meta simples de índice de endividamento focada no médio prazo, proposta pelo presidente e aprovada pelo Congresso para melhorar a comunicação e a responsabilização”.

Outro ponto observado pela OCDE são os estímulos fiscais adotados para facilitar a transição verde e alcançar as metas de “net zero” até 2050. Para a organização, esses estímulos têm “custo significativo” e o resultado não garante a redução de emissões de carbono do modo mais efetivo, o que exige outras medidas para atingir as metas climáticas.