Obrigado, Mário Carvalho

(Crédito: José Manuel Diogo)
Há fundamentalmente dois tipos de pessoas. Aquelas que te dizem na cara o que pensam e o que vão fazer, mesmo quando isso significa dizer não; e as outras que te agradam à vista, mas nas costas te consomem a crédito, e vão parcelando as suas relações na lógica hipócrita dos interesses pessoais. As primeiras você deve sempre ter por perto. As outras, ignorar.
A coluna de hoje é a minha homenagem a uma das pessoas com quem aprendi a importância dessa diferença: o Senhor Mário Carvalho. É tão bom ter-te por perto!
O Mário Carvalho é um Senhor com Letra Grande e caráter capital, que ao longo de mais de quatro décadas, com uma dedicação sempre jovem e entusiamo renovado, foi o responsável pela gestão das rotas aéreas que ligam Portugal ao Brasil.
Durante mais de 40 anos o Mário foi a cara da companhia aérea de Portugal — TAP — a empresa ainda hoje responsável pelo maior número de ligações do Brasil ao estrangeiro. Foram quatro décadas a viver por dentro e em discurso direto a reedição constante duma relação intensa. Ele é parte da história partilhada dos dois países. Dono de um saber que é obrigatório preservar.
Conheci o Mário primeiro pelo nome — nas memórias de outro homem ilustre, o comendador Mendes Pereira — no tempo em que os líderes da jovem democracia portuguesa vinham ao Brasil pedir o apoio dos empresários portugueses (que aqui viviam) para a reconstrução do país antigo e quase medieval que era Portugal antes da revolução de 74.
Quando finalmente o conheci pessoalmente – quase uma década depois — numa viagem de trabalho à Bahia, imediatamente encontrei no seu olhar doce e tranquilo, na voz pausada e serena, aquilo que faz a diferença entre os homens que interessa guardar e os que é preciso esquecer.
Nessa noite Bahiana trocámos risos sobre a nossa “estória” comum, a felicidade do nosso encontro e a beleza do Brasil; e começamos uma amizade desinteressada e franca que não vai terminar nunca mais.
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Sobre o Mário Carvalho eu poderia dizer, sem risco de exagero, que ele hoje está para o “ar“, como antes o Pedro esteve para o “mar”; e que as “asas” de Carvalho estiveram sempre à atura das “velas” de Cabral.
Esta semana, num almoço de Lusitanos no restaurante Bela Cintra, em São Paulo, o Mário chegou-se e a mim e disse – “vou deixar a TAP”. E no seu olhar doce senti aquela tristeza quem só têm os homens bons que nunca querem parar de fazer o que amam. Abracei-o e, nesse segundo, nasceu este texto.
É verdade que a história é sempre mais generosa para os antepassados mortos — que nunca vimos mais gordos, que para os amigos vivos — de que gostamos muito, e na verdade eu não quero esperar cinco séculos para agradecer ao Mário.
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