Em meio a tantos sentimentos confusos, em decorrência da pandemia de coronavírus e o necessário isolamento social, os bravos profissionais da saúde mostram no dia a dia que a luta pela vida precisa estar em primeiro lugar. Para isso, nos oferecem a dedicação completa, por amor à profissão e ao próximo, mesmo estando suas vidas em risco. Por enxergar essa batalha diária, o Estadão encampa agora a ação #FloresParaHerois, em parceria com a florista Luly Vidigal e a jornalista Margot Pavan, que coordenam o projeto, que tem início nesta quinta-feira, 18.

A iniciativa é apoiada pela campanha #AbracoNaSaude, lançada pelo Estadão em abril para reunir mensagens de apoio para esses profissionais. Só no Twitter, a ação multiplataforma reúne mais de 4 mil mensagens, fotos e vídeos enviados por amigos, familiares e até mesmo profissionais da área. Ganhou o apoio de diversas personalidades e influenciadores das redes sociais, como Reynaldo Gianecchini, Porta dos Fundos, Sabrina Sato, Luciano Huck, Lobão, Leo Picon, dezenas de secretarias estaduais de Saúde, hospitais e comunidades médicas.

Inspirado no movimento norte-americano Flowers for Heroes, que teve início na Flórida e logo tomou conta de Nova York, chega aqui para homenagear esses combatentes da linha de frente na luta conta a covid-19. Nesta primeira ação, os trabalhadores do Instituto de Infectologia Emílio Ribas receberão flores, gesto que mostra o agradecimento da população pelo trabalho que eles têm realizado. As 1.700 flores serão distribuídas pelo Comitê de Humanização do Hospital ao final do plantão na saída do prédio hospitalar, às 19h de quinta, 18, e às 7h de sexta, 19. Para realizar a ação, os envolvidos seguirão as regras de higiene e de segurança exigidos, com as devidas proteções necessárias. Na sexta terá ainda a primeira Serenata para Heróis, que poderá ser acompanhada pelo Instagram da floricultura (@lulyvidigalflores).

Margot conta que a ideia veio da amiga Bianca Cutait, que lhe mostrou o movimento criado pelas mulheres norte-americanas e se apaixonou por ele. Então chamou sua amiga florista, Luly Vidigal, para conseguir viabilizar. “Ela amou o projeto desde o primeiro momento e me contou que os produtores de flores de Holambra estavam jogando fora sua produção por não ter para quem vender”, afirma a jornalista, que de imediato encampou o trabalho conjunto, que agora dá os primeiros passos.

Mãe de quatro meninos, Luly conta que se realiza como florista, mas que já exerceu a função de fonoaudióloga, e conhece bem a rotina de hospitais, pois trabalhou no setor por 25 anos. “Conheci de perto, como aluna da graduação e da pós-graduação o que é o atendimento do SUS no Hospital São Paulo, na Santa Casa e no Hospital das Clínicas”, diz. E ainda revela ser uma das fundadoras da equipe de atendimento de pacientes graves nas UTIs do Hospital Albert Einstein. “Tinha dias inacabáveis, mas tive o privilégio de conhecer e conviver com equipes multiprofissionais altamente capazes.”

Como destaca Margot, os primeiros escolhidos para a ação são os trabalhadores do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, que serão lembrados e receberão flores, um simples gesto que mostra o agradecimento da população pelo trabalho realizado. “O hospital surgiu pra enfrentar a epidemia da varíola, em 1888”, diz a jornalista, enfatizando que “todos que trabalham lá sabem que arriscam suas vidas para lutar contra o desconhecido, dos fisioterapeutas aos auxiliares de limpeza e todos têm muito orgulho desta missão”.

No site oficial da ação norte-americana – flowerforheroes. com -, a explicação do objetivo do grupo é simples: “Queremos homenagear aqueles que estão colocando suas vidas em risco para salvar a nossa, dando pequenos buquês para trabalhadores de hospitais e socorristas”. E a atitude das quatro parceiras veio após uma delas ser internada por covid-19 e ficar em estado grave.

Por aqui, a intenção de Luly e Margot é conseguir que o #FloresParaHerois distribua 22.700 buquês em 11 hospitais. E não é só isso, pois a iniciativa ainda contribuirá com três instituições que atendem causas e projetos sociais, sendo que, de cada buquê doado, R$ 1 vai reverter para a Tucca – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, para o Instituto Protea, que promove o acesso de pacientes de câncer de mama de baixa renda e para o Grupo Mães Solidárias, do Colégio Santa Cruz, que contribui em ações sociais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.