13/08/2024 - 16:35
Estrela da seleção italiana de vôlei, campeã na Olimpíada de Paris-2024, a oposto Paola Egonu foi homenageada pela artista de rua Laika com um mural antirracista em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano, em Roma. A obra, porém, foi vandalizada na primeira noite após sua inauguração.
O mural retrata a jogadora em ação e a palavra “Italianità” (italianidade, em tradução livre) embaixo. Havia ainda a inscrição “Parem o racismo, o ódio, a xenofobia, a ignorância”.
“Esta vitória é um tapa na cara de todos os chamados patriotas que não aceitam uma Itália multiétnica, composta de segundas gerações, que não quer ius soli (expressão em latim para direito de solo)”, afirmou Laika logo após a criação do mural na segunda-feira.
Durante a noite, porém, a obra foi vandalizada. A pele da atleta apareceu pintada com a cor rosa. As palavras pedindo o fim do racismo foram apagadas por uma mão branca. Laika comentou o ato contra sua obra: “O racismo é um câncer feio do qual a Itália deve se curar”.
Filha de nigerianos, Egonu tem 25 anos e foi considerada a melhor jogadora do torneio olímpico. Ela se manifesta frequentemente contra a discriminação e já disse, em entrevista coletiva, que a Itália é um país racista.
Depois de eliminação da Itália nas semifinais do Mundial de 2022, diante do Brasil, ela foi alvo de insultos racistas e decidiu deixar a seleção. Egonu reconsiderou e voltou ao time em 2023. Um mês antes da Olimpíada, ela já havia sido considerada a melhor atleta da Liga das Nações, torneio conquistado pela Itália pela segunda vez nos últimos três anos.
Egonu marcou 22 pontos na final olímpica contra os EUA. A vitória rendeu à Itália o primeiro título olímpico no vôlei feminino. Após o vandalismo, um transeunte repintou o trabalho de Laika com uma hidrocor preta.