A escrivaninha, um quadro de uma viagem ao Marrocos ou um exemplar de seu primeiro livro são alguns dos objetos que pertenceram ao ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchil que serão leiloados a partir desta quinta-feira (18) em Nova York.

No lote também figura um imponente retrato do líder britânico em tempos de guerra, obra de Arthur Pan, vendido em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, para arrecadar dinheiro para o Fundo de Ajuda à Rússia de Clementine Churchill, que está à venda por 125.000 dólares (R$ 617.000).

As peças, que estão a leilão na feira de arte, antiguidades e design Winter Show de Nova York até 28 de janeiro, pertenceram à coleção de Steve Forbes, o herdeiro do magnata da imprensa.

“Compramos o de maior destaque, temos papéis, cartas e também temos a escrivaninha e o quadro: são a joia da coroa”, disse à AFP o negociante de livros raros Pom Harrington.

Nos Estados Unidos, o fascínio despertado por um dos políticos britânicos mais importantes da história contemporânea ainda perdura, segundo Harrington.

“Foi um herói de guerra”, lembra, por isso ele espera ter “muitos clientes nos Estados Unidos”.

De pai britânico e mãe americana, Churchill chegou a receber a cidadania honorária dos Estados Unidos.

O quadro de Churchill de 1935, “A entrada ao desfiladeiro de Todhra”, perto de Marrakech (Marrocos), tem preço de venda de 395.000 dólares (quase R$ 2 milhões).

“Se não fosse pela pintura, não poderia viver; não poderia suportar a tensão da vida”, disse Churchill em uma ocasião.

A escrivaninha, disponível por 450.000 dólares (R$ 2,2 milhões), procedia de sua residência londrina de Hyde Park Gate e ele a utilizou para escrever suas memórias da “Segunda Guerra Mundial”, cujos rascunhos revisados e corrigidos a mão estão à venda por 750.000 dólares (R$ 3,7 milhões).

Um exemplar assinado da primeira edição de “The Story of the Malakand Field Force”, a primeira obra de não ficção publicada por Churchill, descrita por Harrington como “extremamente rara”, está à venda por 47.500 dólares (R$ 235.000).

E um exemplar de “Savrola”, dedicado por Churchill a seu mentor militar Ian Hamilton depois que ambos participaram no socorro da localidade sul-africana de Ladysmith após 118 dias de assédio, também está à venda por 47.500 dólares (R$ 235.000).

As imediações desta localidade foram cenário, há mais de um século, de uma das batalhas mais violentas da Guerra dos Bôeres.

Nessa batalha participaram três futuros líderes mundiais: Churchill, o maqueiro Mahatma Gandhi, que mais tarde levou a Índia à independência, e Louis Botha, primeiro premiê da África do Sul.

As edições encadernadas dos discursos de Churchill “Sobre o Livre-Comércio”, em defesa do livre mercado, são também alguns dos artigos excepcionais à venda.

“Se sou colecionador de livros raros, estes são os que devo comprar”, afirma Harrington sobre os volumes, cujo preço é estimado em 150.000 dólares (R$ 740.000).

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