Objeto olímpico: GPS se torna indispensável para o rúgbi

Objeto olímpico: GPS se torna indispensável para o rúgbi

Sabe o que é aquele curioso calombo nas costas dos jogadores de rúgbi? Um transmissor GPS que foi aperfeiçoado nos últimos anos e se tornou uma ferramenta indispensável para o trabalho dos técnicos.

Calção, camiseta, meião e… uma pequena caixa preta. Após cinco anos, o GPS é parte do equipamento do jogador de rúgbi e a França é uma das equipes que usa sistematicamente este recurso para desenvolver seu jogo.

“Não me vejo mais trabalhando sem a ajuda do GPS”, disse Julien Robineau, preparador físico dos “Bleus”, que utiliza em cada treino uma pequena antena e um computador para monitorar a movimentação dos jogadores em tempo real.

Os transmissores – SensorEveryWhere – desenvolvidos pela empresa francesa Digital Simulation, em parceria com a Federação Francesa de Rúgbi, foram introduzidos na equipe francesa no final de 2011.

“Que distância é percorrida em um sprint, qual é a velocidade média, quantos sprints curtos, longos… E como isto incide sobre a preparação física do jogador?” – enumerou Julien Robineau, ao falar dos dados possíveis de serem gerados pelo aparelho.

No dia a dia, o GPS permite monitorar a carga de trabalho individual, com os detalhes do rendimento de cada jogador, que são comparados aos testes físicos realizados no início da temporada.

Do ponto de vista coletivo, os treinos não são mais programados com base na carga horária, mas sim na distância percorrida.

Atenção às interpretações

“Uma semana representa, em média, 20 km para cada jogador”, destacou Robineau. “Uma semana pesada, 30 km, e 15% destes 30 km são feitos em alta intensidade, ao menos a 15 km/h. São 300 a 350 esforços muito intensos, podemos dizer sprints, com 200 metros a velocidade máxima…”

Mas é preciso estar atento a interpretações exageradas: “não é porque você corre mais que está bem, isto pode ser o resultado de um mau posicionamento em campo, não é necessariamente bom correr muito”.

O GPS não deve ser um elemento para forçar uma maior aplicação dos jogadores durante as partidas e, por este motivo, os transmissores são utilizados de maneira marginal nas competições, em tal ou qual atleta de “acordo com a percepção do técnico”, destaca Robineau.

Os sistemas GPS, que custam entre 60 mil e 80 mil euros o pacote completo, incluindo computador, antena e cerca de 20 transmissores, estarão, evidentemente, nos Jogos do Rio.