O governo do presidente Barack Obama se prepara para pressionar por uma série de regulações que afetam grandes parcelas da economia dos Estados Unidos. As iniciativas têm o potencial de irritar empresas do país, em uma temporada eleitoral já vista como dura para os interesses das corporações.

As medidas planejadas, em áreas como trabalho, saúde, finanças e meio ambiente, vão do pagamento de hora extra para trabalhadores da indústria até temas mais obscuros, como exigir que os fabricantes de alimentos revelem nas embalagens o nível de açúcar adicionado de leite saborizado.

A série de regulações esperada se segue a semanas nas quais o governo tem se voltado contra inversões corporativas – a mudança de país-sede da empresa para ela pagar menos impostos -, a imposição de novas regras para operadores e avançar em restrições sobre as relações de companhias com sindicatos organizados.

As medidas geraram reações irritadas de grupos empresariais. A Câmara de Comércio dos EUA lamentou que os políticos do país estejam “intimidando os criadores de empregos”. O diretor da Business Roundtable, que representa executivos-chefes de grandes companhias, criticou a “ação unilateral” do governo.

Obama tem como meta em seus meses finais no cargo consolidar um legado progressista na política doméstica. Com isso, pretende usar poderes executivos, apesar da séria oposição de um Congresso controlado pelos republicanos.

Na campanha, os dois pré-candidatos líderes na contagem de delegados mostram hostilidade contra empresas em alguns aspectos. Os democratas prometem buscar mais regulação, enquanto os republicanos defendem novas tarifas ou o fim de subsídios.

A favorita democrata, Hillary Clinton promete defender as ações executivas e poderia mesmo ir além na questão das inversões. “Isso não é sobre justiça, é sobre patriotismo”, disse ela em dezembro, quando prometeu acabar com essa estratégia das companhias para pagar menos impostos.

Já os pré-candidatos republicanos pretendem usar os mesmos poderes na Casa Branca para desfazer a agenda de Obama, ao culpar as regulações em parte pelo fato de a expansão econômica ter sido lenta para elevar a renda. Ao mesmo tempo, o empresário Donald Trump, líder entre os republicanos, tem criticado Washington por não interromper as inversões e também as propostas de outros candidatos de oferecer benefícios a empresas. Fonte: Dow Jones Newswires.