O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou duramente, neste domingo, em uma cerimônia de colação de grau na Universidade Rutgers, o populismo do candidato republicano às eleições de novembro Donald Trump – mas sem citá-lo diretamente.

Barack Obama convidou os estudantes a não lamentar a perda de uma suposta “Era de Ouro” dos Estados Unidos e considerou que “os bons velhos tempos não eram tão bons”. Como exemplos, lembrou da discriminação racial, da pobreza e do lugar das mulheres na sociedade.

“O mundo está mais interconectado do que nunca”, declarou o presidente.

“Construir muros não mudará nada”, frisou, alfinetando a emblemática proposta de Donald Trump de erguer um muro na fronteira com o México.

Sem pronunciar o nome do candidato republicano uma única vez, Obama afirmou que nenhum muro poderá deter as epidemias de zika, ou de ebola, nem resolverá os problemas de competitividade vinculados à globalização.

“Não estimulará nossa economia, nem melhorará nossa segurança. Isolar, ou discriminar, os muçulmanos e sugerir que os trate diferentemente nas fronteiras não apenas se opõe aos nossos valores, mas como ao que nós somos”, acrescentou.

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“Isso contradiz o fato de que nosso crescimento, nossas inovações, nosso dinamismo sempre se nutriram da nossa capacidade de atrair os melhores de todos os cantos do mundo”, continuou.

“Tanto na política como na vida, a ignorância não é uma virtude”, frisou.

“Não é legal não saber sobre o que você está falando. Isso não é ser franco, ou dizer a verdade. Isso não desafia o politicamente correto. Isso é apenas não saber o que está falando”, completou Obama, em evidente referência a Trump, que se elogia por ser um candidato politicamente incorreto.

Obama participava da cerimônia de entrega de diplomas na Universidade Rutgers, em Nova Jersey. No evento, também criticou os estudantes que, em 2014, protestaram e impediram a presença da republicana Condoleezza Rice por seu papel na invasão americana ao Iraque. Rice foi secretária de Estado e conselheira de Segurança Nacional nos dois mandatos do presidente George W. Bush (2001-2009).

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