Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

OAB cobra explicações do bolsonarista Zé Trovão no STF após ataque à advocacia na CPI

OAB apresentou ao STF interpelação judicial para que Zé Trovão explique crimes que atribuiu a escritórios de advocacia

Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

A OAB nacional apresentou ao STF nessa quinta-feira, 9, uma interpelação judicial ao deputado bolsonarista Zé Trovão, do PL de Santa Catarina. A entidade quer que o parlamentar se explique sobre declarações que deu na sessão da CPMI do INSS de segunda-feira, 6, durante a oitiva de Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians.

Ao acusar Wilians e Cavalcanti de lavagem de dinheiro, Zé Trovão disse que “é para isso que servem esses escritórios”. “Quando o cara quer roubar, ele procura duas entidades: a que quer fazer o roubo com ele e a que vai lavar o dinheiro para ele, e, normalmente, são escritórios de advocacia”, completou.

A interpelação protocolada no STF apontou que o deputado bolsonarista “atinge a honra objetiva da classe e o prestígio institucional da OAB” e pediu explicações a ele em oito pontos sobre suas declarações. Esse tipo de ação é o primeiro passo para que seja proposta uma queixa-crime — nesse caso, pelo possível delito de difamação.

Assinada pelo presidente da OAB, Beto Simonetti, outros membros da diretoria e os 27 presidentes da entidade nos estados, a ação no STF também lembrou o embate, na mesma CPMI, entre Zé Trovão e o advogado do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, em 25 de setembro.

“Tais episódios evidenciam um padrão de achacamento e desrespeito à advocacia, em ambiente institucional que deveria pautar-se pela legalidade, urbanidade e respeito ao devido processo. Ao contrário, as condutas descritas reforçam um movimento discursivo de criminalização simbólica da profissão, utilizando o espaço parlamentar para intimidar advogados e desmoralizar o exercício da defesa técnica”, afirmou a interpelação.

O pedido de explicações feito pela OAB a Zé Trovão ainda não foi distribuído a um dos ministros do STF.