A levantadora da seleção brasileira feminina de vôlei, Dani Lins, foi a jogadora que saiu mais desgastada das duas primeiras partidas nesta Olimpíada, nas vitórias por 3 sets a 0 sobre Camarões e Argentina. Não que os jogos tenham exigido demais de seu físico. O cansaço é psicológico. Dani Lins tinha a missão de dosar o ritmo da equipe brasileira, para não forçar suas companheiras contra os times mais fáceis da chave. O desgaste pode fazer diferença nas fases finais e a levantadora precisava evitar alongar os sets.

Deu certo. Em seis sets disputados, o máximo de pontos que a equipe sofreu foi 21. “Sou o coração do time, por isso saio mentalmente mais cansada do que fisicamente. Se estou elétrica, o time está elétrico. Se estou calma, o time está calmo”, diz ela. “Tenho de estar sempre moderando ou agitando, mas com calma e paciência. É preciso ir acelerando aos poucos os jogos.”

Os próximos três jogos vão ser muito mais exigentes para a seleção brasileira. Contras as asiáticas de Japão e Coreia do Sul, uma partida de velocidade. E, no último jogo da fase de classificação, contra a Rússia, muitas bolas altas para testar a eficiência do bloqueio e da defesa. Para evitar surpresas, o alto nível de concentração nos fundamentos, nos dois primeiros jogos olímpicos, serviu para a equipe ganhar confiança, principalmente no saque.

“Na partida contra a Argentina meu saque entrou muito bem. Tenho treinado muito”, diz Dani Lins. “É o primeiro fundamento que temos de ser muito boas, porque depois de um saque bem feito vem o bloqueio e a defesa.” É nessa batida crescente do coração da levantadora que a seleção feminina quer seguir até a medalha de ouro.