O cenário típico estava lá: placas de apoio, bonés com frases de efeito e público extasiado. Não há como negar que a vitória de Bernie Sanders, nas primárias de New Hampshire, na terça-feira 11, moveu mais uma peça no tabuleiro no qual o Partido Democrata americano está inserido. O jogo, no entanto, parece ter chegado a um impasse. Ao derrotar o jovem Pete Buttigieg, Sanders assume uma postura cada vez mais importante na corrida presidencial para definição de quem vai enfrentar o republicano Donald Trump, em novembro. O problema, no entanto, é que parte dos democratas não enxerga em Sanders o candidato ideal, já que procuram alguém com perfil mais moderado, quase conservador. A intenção é marcar uma posição distinta em relação a Donald Trump, mas não tão distante assim na visão do eleitorado. Ainda que Bernie tenha vencido, é preciso olhar para além da foto triunfal e ouvir mas que o discurso apoteótico característicos dessas ocasiões. Derrotado em Iowa, Sanders venceu Buttigieg, ex-prefeito de South Bend, em Indiana, por uma margem pequena: 25,7% contra 24,4%. As primárias em Nevada e Carolina do Sul se aproximam e, com elas, novos capítulos do futuro democrata serão escritos.

Saúde
O terror está longe do fim

Koki Kataoka

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, na semana passada, que ainda é cedo para prever o fim da epidemia do coronavírus. O diretor Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que a situação parece estável, mas ressaltou que é preciso ter cautela. “Essa epidemia pode ir em qualquer direção”, alertou. Durante a conferência em Genebra, na Suíça, médicos e especialistas definiram como prioridade acelerar pesquisas para o desenvolvimento de remédios e vacinas capazes de conter o coronavírus. A doença já deixou mais de 1.100 mortos e 45 mil infectados na China e em cerca de 30 países.

Violência
Jantar, tiros e mortes

Divulgação

O jornalista brasileiro Léo Veras (foto) foi executado por pistoleiros na noite da quarta-feira 12, na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porá, a 342 km de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O profissional escrevia para o site Ponta Porã News, com denúncias sobre tráfico de drogas. A região, é bom lembrar, é dominada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo o promotor do caso, o paraguaio Marcos Amarilla, o jornalista já vinha recebendo ameaças. “Ele recebeu ameaças nesses últimos dias. Estava nervoso, inquieto e temeroso. Ele disse: ‘Amor, se cuida, cuida das crianças’. Praticamente se despediu de sua família. Ou seja, já sabia que iriam matá-lo”, disse o promotor. Léo Veras foi atingido por
12 tiros enquanto jantava com a família no quintal de sua casa.

Fronteira
Soy loco por ti América?

ALFREDO ESTRELLA / AFP

O chanceler do México, Marcelo Ebrard, anunciou que o fluxo migratório de pessoas sem documentação que cruzam a fronteira para os EUA diminuiu 74,5% em oito meses. Desde junho do ano passado, o México tem implementado um plano de migração e desenvolvimento na fronteira, que inclui a presença de 26 mil militares e agentes de imigração. “Nosso objetivo é que as pessoas que estão em território nacional concordem com as formas da lei mexicana”, disse Ebrard

Igreja
Nada de padre casado na Amazônia

O papa Francisco descartou a possibilidade de ordenação de homens casados como padres na região amazônica. O pontífice também rejeitou a ordenação feminina. Em carta intitulada “Querida Amazônia”, Francisco não fez menção explícita à proposta, mas afirmou que “novas maneiras devem ser encontradas para incentivar mais padres a trabalharem em regiões remotas e permitir papéis maiores para leigos e diáconos permanentes, assim como para mulheres”. A possibilidade de ordenar homens casados havia sido aprovada por 128 votos a 41, durante o Sínodo da Amazônia, no ano passado. Alas conservadoras da Igreja temem que a medida possa alterar o compromisso secular de celibato para os padres.

Clima
Fogo controlado na Austrália

PETER PARKS / AFP

Os incêndios na região de Nova Gales do Sul, o estado mais afetado pela onda de calor na Austrália, já estão controlados, anunciou na quinta-feira 13 o chefe dos bombeiros do estado, Bob Rogers. A onda de incêndios arrasou mais de 10 milhões de hectares do leste e do sul da Austrália, matou milhões de animais e destruiu 2.500 casas. Em alguns lugares, o Exército precisou ser mobilizado para resgatar moradores. Os incêndios foram deflagrados pela seca e agravados pela mudança climática, no ano mais quente já registrado no país, com temperaturas acima dos 44º C.