No recorte específico da mídia há claros sinais de que a onda do autoritarismo e totalitarismo político avança em todo o mundo: 2021 deixa o triste recorde no número de jornalistas encarcerados por manifestarem posicionamentos democrático e liberal, contrapondo-se aos governantes das nações em que trabalham. Todos os presos, profissionais da comunicação, tiveram a sua liberdade cerceada embora estivessem atuando no cumprimento do dever e legalmente dentro de suas áreas.

Há, até agora, na primeira quinzena de dezembro de 2021, duzentos e noventa e três jornalistas nas prisões em todo o planeta, superando o já lamentável número de 2020, no mesmo período: duzentos e oito prisioneiros.

Os dados e a análise respectiva foram divulgados pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (na sigla em inglês, CPJ), organização que há meio século acompanha a perseguição promovida por diversos regimes. A situação atual demonstra que ocorre uma perigosa e crescente tendência de repúdio e intolerância à mídia por parte de sistemas ditatoriais. Some-se a isso o fato de que vinte e quatro jornalistas foram assassinados em 2021, em decorrência de reportagens defendendo a democracia.

O dirigente político que mais prende jornalistas é Xi Jinping, na China – encarcerou cinquenta profissionais. Na sequência estão Mianmar (26 prisioneiros) e Egito (25). Em todas as nações, em todo o mundo, faz-se, mais que nunca, obrigatória a observância e luta pela democracia liberal. O que está em jogo é a sobrevivência da própria humanidade.