Que a internet abriga um submundo de sites dedicados a exibir filmes e programas de televisão ilegalmente não é novidade. O que poucos sabem é quanto dinheiro essa pirataria movimenta. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ibope Repucom a pedido da Motion Picture Association América Latina (MPA-LA), os dez sites de conteúdo audiovisual pirata mais acessados pelos brasileiros arrecadaram ao menos R$ 17 milhões entre agosto de 2015 e agosto de 2016. O valor, pago por anunciantes interessados na audiência que os sites geram, obviamente não vai para o bolso de quem produziu os filmes. Daí o interesse da MPA em combater a pirataria.

A pesquisa brasileira foi encomendada após a divulgação do relatório Good Money Going Bad, cujos dados apontavam o tamanho da publicidade advinda de sites ilegais internacionais. Para a MPA, era preciso mapear a situação no País. “Entender de onde vem o dinheiro é uma abordagem para secar as fontes de receita da pirataria”, diz Ygor Valério, vice-presidente Jurídico e de Proteção de Conteúdos da MPA-AL. Anunciar nesses espaços ilegais é atrativo por conta da quantidade de acessos. Em 2016, foram 135,3 milhões de visitantes mensais em busca de filmes recém-lançados no cinema. Anunciantes entram em contato com redes de publicidade online que têm em seus portfólios sites legais e ilegais. Vetar um ou outro endereço fica a critério de cada anunciante, mas em alguns casos eles são pegos de surpresa ao verem seus produtos expostos em endereços piratas.

Valério acredita que esses dados servirão de subsídio para que o governo adote medidas públicas para resolver o problema. Segundo ele, as redes de publicidade online deverão levar em conta outros fatores além dos econômicos, como a própria licitude dos sites que oferecem aos anunciantes.