Por Daphne Psaledakis e Michelle Nichols
SEDE DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – Os países que estão na linha de frente da crise climática estão fartos.
Durante a reunião anual de líderes mundiais na Assembleia-Geral da ONU nesta semana, o país insular de baixa altitude Vanuatu intensificou o alerta para fazer com que o mundo se concentre no combate ao aquecimento global, pedindo um tratado de não proliferação de combustíveis fósseis.
“O tempo acabou – a ação é necessária agora”, disse o presidente de Vanuatu, Nikenike Vurobaravu, à Assembleia-Geral da ONU na sexta-feira.
O tratado visaria reduzir a produção de carvão, petróleo e gás para limitar o aumento das temperaturas aos 1,5 graus Celsius acordados globalmente.
O pacto também “permitiria uma transição global justa para todos os trabalhadores, comunidades e nações dependentes de combustíveis fósseis”, disse o líder do país cujo saldo em carbono é negativo.
O painel de ciências climáticas da ONU – o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – alertou que as emissões globais estão a caminho de ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5°C para atingir cerca de 3,2°C até o final do século.
Vanuatu também pediu à Corte Internacional de Justiça que emitisse um parecer sobre o direito de ser protegido dos impactos adversos das mudanças climáticas, um movimento que Vurobaravu disse “não é uma bala de prata para aumentar a ação climática, mas apenas uma ferramenta para nos levar mais perto do objetivo final de um planeta seguro para a humanidade.”
No Paquistão, enchentes devastadoras neste mês atingiram grandes áreas do país, matando mais de 1.500 pessoas e causando danos estimados em 30 bilhões de dólares. O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, perguntou aos líderes mundiais por que seu povo estava pagando o preço do aquecimento global.
“O Paquistão nunca viu um exemplo mais gritante e devastador do impacto do aquecimento global. A vida no Paquistão mudou para sempre”, disse Sharif à Assembleia Geral. “A natureza desencadeou sua fúria no Paquistão, sem olhar… para nossa pegada de carbono.”
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS PB