É praticamente impossível viver sem tecnologia, seja na terra ou no mar. Foi pensando nisso que o Ministério da Defesa do Reino Unido investiu £ 2,5 milhões (cerca de R$ 16 milhões) na construção de um submarino totalmente high tech guiado 100% por Inteligência Artificial (IA). Agora, os mergulhadores podem ver tudo no oceano sem entrar na água. Obra da MSubs of Plymouth, empresa especializada em veículos subaquáticos autônomos, o aparelho simboliza um marco na navegação britânica e tem como objetivo modernizar o ramo marítimo. Segundo Ollie Thompson, especialista em robótica da Universidade de Plymouth e um dos envolvidos na operação, “muitas pessoas ainda não confiam na Inteligência Artificial”, pois há um misto de desconfiança e medo quanto aos novos inventos.

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PLANEJAMENTO O submarino pode submergir até 1 Km de profundidade: tecnologia será testada em outros veículos militares (Crédito:Divulgação)

O Veículo Subaquático Extra Grande Não Tripulado (XLUUV), seu nome técnico, pode navegar quase cinco mil quilômetros nos oceanos por até três meses sem precisar reabastecer. Ele tem capacidade para submergir até um quilômetro de profundidade. Seus principais componentes incluem um supercomputador IBM AC922, um chip Nvidia, utilizado em jogos de videogame, e um “cérebro digital” que fica numa caixa de 15 centímetros. Segundo os peritos da MSubs of Plymouth, o submarino está sendo programado para “tomar decisões” de acordo com suas tarefas de rotina, como monitoramento, implantação de sensores e radares marítimos. Deste modo, em breve o aparelho saberá ler as condições climáticas do mar para decidir se deve ou não navegar, por exemplo.

De olho em superpotências militares como, EUA, China e Rússia, o departamento militar britânico vem reforçando seu arsenal. Caso o novo submarino faça tudo o que promete, os dados serão aplicados em um projeto ainda mais audacioso: um submarino nuclear. Acredita-se que o investimento no novo projeto gire em torno de £ 1,3 bilhão (aproximadamente R$ 8 bilhões). O temor de ataques terroristas faz com que as autoridades queiram aplicar a expertise autônoma adquirida na fabricação do submarino em outros dispositivos inteligentes de vigilância, como drones. “Acredito que em breve teremos mais máquinas autônomas de guerra. É o futuro”, diz Antônio Maia, especialista em tecnologia.