Ilona Szabó participou da live da IstoÉ, na tarde desta terça-feira (9). Especialista em segurança pública e política de drogas, ela é diretora-executiva do Instituto Igarapé, que se dedica a estudar e a elaborar propostas de políticas públicas para a redução da violência e da insegurança em todo o Brasil e na América Latina.

A cientista política  fez uma análise sobre a questão da segurança pública no Brasil implementada pelo governo Bolsonaro. No bate-papo, Ilona comentou a política de desarmamento, falou sobre a liberação da compra de armas e comentou sobre a imagem do Brasil no exterior.

“O governo sabota a agenda técnica da segurança e da política armamentista. Saímos de um País de inspiração para uma pária internacional. Nossa imagem no mundo está indo para o lixo”, avalia Szabó.

Ilona é favorável ao desarmamento e da descriminalização das drogas. “Quem está olhando a questão da segurança pública não pode ser a favor do que o presidente defende. O governo não tem proposta para o setor, mas só tem destruição. O sonho do presidente da República e do clã Bolsonaro é criar suas milícias particulares”.

Com críticas duras ao governo federal, não só nas questões de segurança, mas em pautas que envolvem o meio ambiente, a crise sanitária da Covid-19 e a imagem do Brasil no exterior, ela diz: “Precisamos acordar, reagir e cobrar que as instituições funcionem”.

Szabó argumenta que não se pode banalizar a questão da posse de arma, como vem sendo tratado pelo governo federal.

“Não se trata de polêmica, são temas técnicos”, ressaltou.

“Tá muito fácil alimentar com armas e munições o crime organizado. Mais armas, mais mortes”, diz.

Na conversa, a cientista política afirma que as medidas implementadas por Bolsonaro são completamente contra a estratégia brasileira de defesa, que afirma que o cidadão não pode possuir armamento mais robusto que a PM e nem a polícia melhor que as Forças Armadas.

“O presidente, no fundo, está falando, matem por mim. Uma sociedade segura se faz com investimento em segurança pública, não é cada um por si e Deus por todos. Não existe atalho para segurança pública”, critica.

“O mundo caminha para o controle de armas, o Brasil segue o contrário”, conclui.

“O país tem muitas facções, muitos grupos armados que precisam ser combatidos e não fortalecidos”, finaliza.