18/11/2022 - 9:30
O Big Ben, mais famoso e tradicional sino do planeta, está tocando novamente desde o final da semana passada. Instalado há mais de um século e meio no alto de uma torre de 96 metros, no Parlamento Britânico, em Londres, ele ficou mudo ao logo de cinco anos para restauração das mil peças que compõem o seu mecanismo – só não se pode dizer que se calou totalmente porque foi acionado em algumas raríssimas ocasiões. Para os ingleses, no entanto, acostumados a ouvir as treze toneladas do Big Ben sinalizando hora por hora – enquanto quatro sinos menores acoplados a ele indicam o passar de cada 15 minutos –, a sensação de vazio que sentiam na cidade somente passaria com o sino funcionando para valer. Isso ocorreu no domingo 13, na comemoração do Remembrance Sunday, dedicado a soldados britânicos mortos em guerras. Feita a reinauguração, o sino do relógio retomou a rotina, após a limpeza de seus braços e martelos e a instalação de 28 lâmpadas LED no mostrador, iluminando-o de verde e branco para se assemelhar aos lampiões de gás da era vitoriana. Uma série de ferramentas de alta tecnologia foi adaptada visando, daqui para frente, à verificação de sua pontualidade por meio de GPS.
NOVO NOME
Em 2012, a torre, em estilo neogótico de Pugin, foi rebatizada: deixou de ser Clock Tower e passou a se chamar Elizabeth Tower, em homenagem ao jubileu de diamante (60 anos de coroação) da rainha.
BRASIL
Dia da Consciência Negra
*Nesse domingo 20 comemora-se o Dia da Consciência Negra, instituído oficialmente no Brasil em 2011. A sociedade tem avançado na busca da equidade de direitos entre brancos e pretos, mas o País está muito distante da democracia racial. O IBGE acaba de lançar Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, com índices compilados em 2021. Dados significativos:
Brancos ganharam, em média, R$ 19,00 por hora de trabalho; pretos, R$ 10, 90.
*Brancos com ensino superior receberam por hora, em média, R$ 34,40; pretos, R$ 22,90.
*O Brasil foi presidido por um negro há 112 anos: Nilo Peçanha. Governou de junho de 1909 a dezembro de 1910, assumindo com a morte de Afonso Pena (Rodrigues Alves e Washington Luís eram pardos). Adversários políticos tratavam Peçanha com desprezo e chamavam-no de “preto do Morro do Coco”, local de seu nascimento em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
LIVROS
Fazer rir. E chorar só
Ator de primeira qualidade, Luiz Fernando Guimarães, aos 72 anos, acaba de lançar a excelente autobiografia Eu sou uma série
de 11 capítulos. Pelo título já se extravasa o dom maior do autor: fazer rir. Ele consegue, no entanto, muito mais: enfrenta corajosamente a sua condição de dependente químico de bebidas alcoólicas. Reconhece que perdeu três anos de sua vida e que foi a terapia que o fez “sair do fundo do poço”. O engraçado ator de Os normais viu partirem os tantos amigos que tinha. Sentiu-se totalmente “abandonado”. Fosse o seu destino uma tragédia grega, os mascarados e assustadores coros que dão alma àquela dramaturgia estariam friamente repetindo o andamento de outras peças a que assistimos na vida: “só deveis contar com duas mãos com estenderdes as vossas duas mãos sangradas”.
UCRÂNIA
A poderosa arma do grafiteiro Banksy
é um símbolo da derrota de Putin (Crédito: JEFF J MITCHELL )
Até hoje não se conhece o rosto de Banksy – sabe-se apenas que ele é o melhor grafiteiro em todo o mundo. Na verdade, sabe-se um pouco além. Por exemplo: ele já conseguiu a proeza de ingressar sem ser visto em diversas regiões conflagradas e deixou sua arte registrada em escombros. Não é diferente agora, quando em algumas cidades da Ucrânia estão brotando seus grafites, em uma espécie de guerra pessoal contra o totalitário presidente da Rússia, Vladimir Putin. Enquanto Putin preza a morte, Banksy celebra a vida desenhando uma menina que dança com uma fita de ginástica rítmica, mesmo tendo de se apoiar numa parede, ou um menino que derrota um adulto com golpes de judô. Claro que Banksy fez, do perdedor, Putin.
