Ao longo da vida aprendemos coisas que se cristalizam como verdades absolutas. Uma delas dava conta da existência de cinco oceanos no planeta. Desde a semana passada, no entanto, esse número mudou. Na verdade, a Terra possuí seis oceanos. Chancelam essa surpreendente informação pesquisadores da Universidade Gothe, em Frankfurt, na Alemanha.

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Eles descobriram a existência de um depósito de água, e, tal depósito é justamente o que está sendo denominado o sexto oceano. Ele é gigantesco e acredita-se que o seu volume seja superior a quantidade somada de todos os mares já conhecidos — quantidade essa à qual a ciência jamais chegou.

O sexto oceano encontra-se a cerca de seiscentos e cinquenta quilômetros de profundidade, em um local batizado pela geologia como Zona de Transição. Ela está localizada entre os mantos superior e inferior, no interior da Terra, área em que, até pouco tempo, imaginava-se que apenas houvesse rochas, magma e atividade geológica. O novo estudo foi publicado na revista Nature Geocience, uma das mais conceituadas do mundo.

CIÊNCIA O pesquisador alemão Frank Brenkerm liderou o estudo: ele afirma que há grande quantidade de líquido no interior terrestre

A descoberta, ainda sem nome exato, passa a fazer companhia aos já conhecidos oceanos Atlântico, Índico, Pacífico, Glacial Ártico e Glacial Antártico. Os cientistas começaram a pesquisar esse sexto oceano a partir de um fato curioso. Dois diamantes foram encontrados, um no Brasil e outro em Botswana, na África. Na nação africana a pedra preciosa tinha 1,5 centímetro e teria se formado na Zona de Transição há mais de três mil anos. Já o diamante achado no Brasil trazia outros materiais químicos a ele acoplados, como, por exemplo, dióxido de carbono (CO2).

Tanto a datação quanto esses elementos naturais que acompanhavam a pedra brasileira indicam, segundo os estudiosos, que os diamantes foram formados no mesmo ponto terrestre — ou seja no centro da Terra. É como se a natureza tivesse nos apresentado um maravilhoso e fantástico espetáculo de ficção.

O melhor é que tudo é realidade. “Demonstramos que a zona de transição não é uma esponja seca, mas contém quantidades consideráveis de água”, declarou Frank Brenkerm, um dos cientistas que comandaram o estudo. A revelação indica que o dinamismo da ciência continua e, por conseguinte, o que se aprende nos bancos escolares está longe de ser algo imutável.

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