Ai, ai… A cada enxadada uma minhoca, não é mesmo? O “mito”, agora, vai ter que dizer que “não sei de nada” mais uma vez, e nos fazer acreditar que o seu ajudante de ordens, Coronel Mauro Cid, que já tentou liberar as joias sauditas contrabandeadas, agiu sozinho novamente. Explico.

Um Rolex foi presenteado a Jair Bolsonaro, o ex-verdugo do Planalto, em outubro de 2019, pelo rei da Arábia Saudita e registrado no acervo da Presidência da República, em novembro do mesmo ano. Porém, em junho de 2002, ocorreu a liberação do relógio.

A partir daí, Mauro Cid, através de mensagens de e-mail, tentou vender o Rolex por 60 mil dólares, segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos terroristas de 8 de janeiro.

Divulgado pelo jornal O Globo, o diálogo (troca de e-mails) entre o militar bolsonarista e uma potencial compradora não permite qualquer dúvida a respeito:

Maria Farani: Olá, Mauro. Obrigada pelo interesse em vender o Rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui. Pode me falar se você tem o certificado de garantia original? Quanto você espera por essa peça?

Mauro Cid: Olá. Não temos o certificado, já que foi um presente recebido em viagem oficial. O que temos é o selo verde de certificado superlativo que acompanha o relógio. Além disso, posso garantir que o relógio nunca foi usado. Pretendo 60 mil dólares pela peça. Agradeço o rápido retorno.

Bem, resta mais do que evidente o conhecimento do coronel sobre a origem do relógio, “um presente recebido em viagem oficial”. Presente para quem mesmo? Seu chefe, o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com panetones de chocolate e muito dinheiro vivo.

Sim, o mesmo “cidadão de bem” do caso das joias contrabandeadas, o mesmo “patriota” do escândalo dos “micheques” (90 mil reais recebidos pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de um casal ligado à milícia fluminense), o mesmo “cristão” dos PIX de 17 milhões de reais, enfim, o “salvador” que veio para nos livrar do comunismo.

E eu pensava que os dias do “sítio não é meu” e do “tríplex não é meu” haviam ficado para trás.