À primeira vista, soa estranho imaginar ser operado por um robô. No final do processo, o resultado é alívio por ter passado menos tempo no hospital em comparação ao que seria necessário se fosse uma operação comum. Esses são os principais benefícios da cirurgia robótica, modalidade que cresce no mundo por proporcionar maior precisão nos procedimentos e rapidez na recuperação. No Brasil, os robôs já fazem parte da rotina cirúrgica dos principais hospitais.

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Quem executa as cirurgias é o robô Da Vinci. Desde sua criação, ele vem sendo aperfeiçoado para tornar seus movimentos mais certeiros. O equipamento é composto por quatro “braços” – nas suas extremidades há pinças que podem ser menores do que uma unha, chegando a medir um centímetro. Seu comando fica a cargo do médico. Acomodado ao lado da mesa cirúrgica, o profissional vê em uma tela todas as imagens da área a ser tratada e determina, de onde está, o que deve ser feito. O robô então executa as ordens do cirurgião. A modalidade é usada em cirurgias urológicas, oncológicas, ginecológicas e gerais. “Nos casos das intervenções abdominais, onde trabalhamos em uma região repleta de nervos e vasos sanguíneos, os movimentos têm de ser milimétricos”, explica Armando Melani, presidente da Sociedade de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (Sobracil). “A tecnologia permite sua realização com mais precisão.”

Visão tridimensional

A execução perfeita é chave para a redução de erros. O médico Murilo Luz, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo, considera o recurso fundamental em cirurgias de próstata, por exemplo.

“Nesses procedimentos, caso aconteça alguma falha o paciente pode ficar com incontinência urinária ou impotência. Com o robô é muito raro ocorrerem problemas”, afirma.

Outro benefício é o panorama tridimensional proporcionado ao médico. De seu posto, ele tem uma visão aumentada em até 15 vezes. Enxerga o que veria em uma cirurgia aberta, embora os cortes, ao contrário da convencional, sejam minúsculos. Para os cirurgiões, há outra vantagem. “O profissional opera em uma posição mais confortável”, diz Carlos Passerotti, coordenador do Centro de Cirurgia Robótica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP). “Ele fica sentado, com as costas e os braços apoiados.”
Apesar das vantagens, o custo das cirurgias são hoje um dos impeditivos para sua maior expansão. As operadoras de saúde não cobrem esse tipo de procedimento e os valores podem variar de US$ 3mil a US$ 5 mil dólares.

Assista abaixo e entenda como funciona a técnica

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