Chiron é um garoto quieto e assustado que vive num bairro paupérrimo de Miami, nos EUA. Menor e mais fraco dos meninos de sua faixa etária, é chamado de “Little” (pequeno). A mãe, viciada em crack, prefere que ele fique longe de casa enquanto ela recebe clientes. Vítima de bullying na escola desde a infância, Chiron vai para a cadeia ainda adolescente, logo na primeira tentativa de se vingar de uma surra covarde. Dez anos depois, ele é outra pessoa: musculoso como um halterofilista e com os dentes cobertos de ouro, virou o traficante Black. As três fases da vida desse rapaz condenado a uma existência marginal desde o nascimento são o mote do premiado “Moonlight — Sob a Luz do Luar”. Em exibição nos cinemas desde quinta-feira 23, é uma espécie de antítese de “La La Land”: em ritmo lento e aflitivo, a trama não dá sequer espaço para que seu protagonista sonhe — e as cores mostradas na tela são as mais frias possíveis. Vencedor do Globo de Ouro na categoria drama (“La La Land” venceu como musical ou comédia), o delicado “Moonlight” foi indicado ao Oscar em oito categorias, incluindo melhor filme e direção.