Bolsonaro deve estar tomando drogas muito pesadas ou o seu retardo mental está piorando. Ao propor que a população compre fuzis ao invés de feijão, o presidente mostra-se totalmente desconectado da realidade. Só pode ser efeito de algum alucinógeno. Um fuzil custa, na fronteira brasileira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, a exorbitância de R$ 20 mil. Quem recebe salário mínimo de R$ 1.000, teria que levar 18 meses trabalhando para comprar uma arma dessas. E teria que parar de comer, pagar contas de água e luz. E quem ganha os miseráveis R$ 250 de auxílio emergencial precisaria de 80 meses ou 7 anos para adquirir essa máquina de guerra. Na verdade, quem teria mais facilidade para comprar um fuzil seriam os milicianos, velhos aliados do mandatário, ou os traficantes, que adquirem as armas sob olhares negligentes dos órgãos de segurança comandados pelo ex-capitão. Hoje, o Brasil tem mais de 2,5 milhões de armas ilegais, que passam nas fronteiras mediante corrupção policial.

O que deixa o presidente exposto ao diagnóstico de patologia social, no entanto, é ele propõe que as pessoas deixem de comprar feijão para se armar. Ora, há 40 milhões de brasileiros em miséria absoluta e mais de 15 milhões de desempregados, cedentos por um mísero quilo de feijão, como forma de saciar a fome que os aflige. Um quilo de feijão, senhor presidente, custa R$ 7,59 e a maioria das famílias paupérrimas do Brasil não está conseguindo comprar o produto. Sabemos que o feijão de vossa excelência é comprado às toneladas, juntamente com carne de primeira e milhares de latas de leite condensado, com o dinheiro público, mas pense na população carente antes de fazer uma proposta insana dessas. A TV mostrou recentemente muita gente adquirindo um quilo de feijão quebrado ao preço de R$ 2, pois era o que podiam adquirir. Muitos, porém, nem isso. Estavam na fila dos açougues em busca de ossos doados para fazer sopa com gosto de carne. Em tempo: ossos doados que normalmente seriam descartados pelos frigoríficos, mas que em tempos de governo Bolsonaro já passaram a fazer parte da alimentação das famílias empobrecidas.

A conta é simples, senhor presidente. Uma família precisa de pelo menos cinco quilos de feijão para passar o mês. Essa é a quantidade do cereal que compõe a famélica cesta básica. Ou seja, uma família precisaria ter R$ 37,95 por mês para comprar o feijão necessário para a sobrevivência durante o mês. Com o valor de um fuzil, as pessoas comprariam feijão para abastecer 60 famílias mensalmente. Iria se reduzir bastante a fome que atormenta as famílias na periferia. Muitas, inclusive, só não morreram de inanição até aqui graças ao esforço solidário de pessoas que se unem para doar feijão com arroz aos mais necessitados. O senhor precisa visitar a periferia presidente, ao invés de promover motociatas para os imbecis que o seguem com suas motos importadas e que custam mais de R$ 100 mil. Esses sim podem comprar os fuzis que o senhor tanto almeja. Pare de ficar incitando-os para um golpe porque o Basil precisa de mais feijão e menos armas. Mais paz e menos guerras. O Brasil precisa de um presidente em perfeito juízo mental. Como o senhor mesmo disse na sexta-feira aos seus seguidores, são três as possibilidades para seu futuro: ser preso, ser morto ou ser vitorioso. Estamos acreditando que a primeira alternativa seja a mais viável.