Não há dúvida alguma: Jair Bolsonaro é racista. Durante a campanha presidencial de 2018, ele fez um discurso na sociedade Hebraica no Rio de Janeiro e disse, “o afrodescendente mais leve pesa sete arrobas. Não fazem nada! Nem para procriar servem”, em referência à comunidade quilombola que visitou na cidade de Eldorado, no interior de São Paulo. Agora, em pleno dia 13 de maio, dia em que se celebra o fim da escravatura, novamente mandatário usa termos racistas para se dirigir a um apoiador que passava pelo espaço conhecido como “cercadinho”, do Palácio do Alvorada.

O presidente usa arrobas para falar do peso de gente negra propositalmente. Não se trata de uma brincadeira ou algo relacionado a desconhecimento. Ele quer mesmo é menosprezar, rebaixar as pessoas. Quando era deputado, Bolsonaro já foi condenado a pagar R$ 50 mil por danos morais à comunidades quilombolas e à população negra em geral. Dessa vez, trata-se do presidente da República que tem no Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, um aliado. Então, fica tudo como está e a agressão passa em brancas nuvens.

O tema deve, isso sim, pesar contra Bolsonaro no dia das eleições. Cabe agora a oposição usar a declaração racista durante os embates de campanha. A nós, cabe mais uma vez deixar claro: o racismo é crime inafiançável e imprescritível, passível de multa e cadeia.