Ter passado por três procedimentos cirúrgicos nas últimas semanas não deixou Michel Temer combalido. Pelo contrário. Aos 77 anos, o presidente tem feito o possível para exibir seu atual vigor físico. Lembrando a postura adotada no passado por Fernando Collor, Temer passou a vestir roupas esportivas mesmo durante a agenda oficial e agora cultiva o hábito de ir caminhando para reuniões dentro e fora do Palácio da Alvorada. A robustez da saúde presidencial combina com os números que sua equipe econômica tem orgulho de mostrar.

Líderes empresariais

A inflação fechou o ano passado em 2,95%, abaixo da meta estabelecida pelo próprio governo. A taxa básica de juros está em 7%, a menor da história. E a projeção do PIB para este ano é de crescimento de 2,70%, o que não ocorria desde 2013. São esses números que Temer, acompanhado do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, levará para o Fórum Econômico Mundial que começa dia 22 em Davos, na Suíça. É a primeira vez em quatro anos que o Brasil participa do encontro com uma comitiva liderada pelo chefe do Executivo.

“A presença do presidente Michel Temer em Davos é inequívoca prova da reinserção do Brasil no cenário econômico mundial e manifestação do interesse sólido e renovado dos investidores e das grandes empresas no mercado brasileiro”, afirma a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República em nota enviada à ISTOÉ.

Sem detalhar os compromissos da agenda que cumprirá em Davos, a assessoria de Temer afirma ter recebido “múltiplas solicitações de reuniões por parte de importantes líderes empresariais e de companhias de grande porte”. O discurso de Temer está agendado para a quarta-feira 24 e, evidentemente, será baseado nas boas notícias: o retorno do Brasil aos trilhos por meio do controle dos gastos públicos e da agenda de reformas. Antes de embarcar, Temer deixou claro que é hora de pressionar o Congresso para aprovar a Reforma da Previdência. O adiamento da votação foi apontado pela agência de classificação Standard & Poor’s como a principal causa do rebaixamento da nota do grau de investimento do Brasil, que passou de “BB” para “BB-“. Além do presidente e do ministro da Fazenda, o prefeito de São Paulo, João Doria, também irá a Davos.

Eric Feferberg