O que se sabe sobre caso do cabeleireiro encontrado morto dentro de casa no Alto de Pinheiros?

Dois homens apontados como suspeitos de envolvimento na morte do cabeleireiro José Roberto Silveira, de 59 anos, conhecido como Betto Silveira, foram presos no domingo, 30, na Paraíba.

Em 22 de novembro, Silveira foi encontrado morto dentro da sua casa, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, amordaçado, com as mãos e pernas amarradas e com sinais de asfixia. As investigações apontam que o crime aconteceu de madrugada e, por volta das 6h, câmeras de monitoramento flagraram dois homens saindo da residência da vítima. Veja a seguir o que se sabe sobre o caso até o momento.

O que aconteceu?

O corpo de Betto foi encontrado por amigos no sábado, dia 22 de novembro, amordaçado, com punhos e joelhos amarrados por fios e com sinais de asfixia, dentro da própria casa, no Alto de Pinheiros.

Conforme o boletim de ocorrência obtido pelo Estadão, ele saiu de casa por volta de 1h40 daquele dia e retornou ao local pouco depois, às 2h13. Algumas horas depois, às 5h53, dois suspeitos são flagrados por uma câmera de segurança da rua abrindo o portão frontal da casa e saindo a pé.

Quem são os dois homens presos e onde foram encontrados?

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que os dois homens, Aércio Leonardo de Souza, 25 anos, e Claudeni Barreto da Silva, 19 anos, foram identificados por meio de testemunhas e também por imagens de câmeras de segurança durante a fuga.

As prisões ocorreram no município de Tavares (PB), e contou com o apoio da Polícia Civil da Paraíba. Eles serão encaminhados para São Paulo, onde as investigações estão concentradas. As defesas não foram localizadas.

Já se sabe a motivação do crime?

Ainda não. Com a detenção dos dois suspeitos, a expectativa é que os motivos para a execução do crime sejam esclarecidos. Contudo, as investigações da polícia apontam que Aércio teve um relacionamento amoroso com o cabelereiro.

Quem era Betto Silveira?

Nascido em Garça, no interior de São Paulo, Betto chegou a São Paulo em 1991. À época, ele trabalhou na Vila Madalena. Onze anos depois da chegada, o cabeleireiro se mudou para o Alto de Pinheiros, onde estava há 22 anos.

Em suas redes sociais, Betto afirmava que sua profissão era uma espécie de “hobby remunerado”. Ele foi descrito em uma publicação como “um cara que ama ver o sorriso no rosto das pessoas” e que encontrou na profissão uma “forma de produzir tais sorrisos com sua criatividade, empenho e paciência”.

Ele sofria ameaças?

Duas testemunhas relataram à polícia que Betto havia terminado um relacionamento com outro homem recentemente. Uma delas disse que a relação acabou há dois meses e que, apesar de o cabeleireiro desejar reatar, o ex-companheiro não demonstrava interesse. Com o passar do tempo, Betto superou o término e teria começado a se relacionar com outro homem.

Outra testemunha afirmou que o ex-companheiro de Betto registrou um boletim de ocorrência contra o cabeleireiro por conta de supostas ameaças que a vítima estaria praticando. A polícia informou que o boletim de ocorrência foi registrado por lesão corporal e ameaça, em agosto deste ano, e que houve aplicação de medida protetiva.

O atual namorado do ex-companheiro do cabeleireiro também acusou Betto de ameaça, mas uma amiga da vítima relatou que o homem também teria praticado ameaças contra o cabeleireiro.

Quem morava no imóvel?

No sobrado, Betto morava com a mãe, uma idosa de 98 anos, que dependia de seus cuidados. Em outro quarto da residência, conforme o boletim de ocorrência, reside um venezuelano que alugou o cômodo. Esse homem relatou à polícia que a vítima foi até o seu quarto para pedir seda para fazer um cigarro por volta das 2h do sábado.

À polícia, o rapaz afirmou que ouviu Betto conversando com outra pessoa por longo período, além de sons de chuveiro ligado, televisão e música. Por volta das 4h, ouviu ruídos de objetos quebrando e movimentação intensa no quarto, mas que tais sons não lhe causaram estranhamento, justamente por ser rotineiro o elevado movimento na casa da vítima.

O que diz a polícia?

Segundo a Polícia Civil, não houve indícios de subtração de bens e a ocorrência é apurada como homicídio. Pessoas próximas à vítimas foram ouvidas no inquérito.

O veículo utilizado pela vítima, obtido por meio de locação, foi apreendido e periciado, e a equipe buscou fazer um mapeamento dos trajetos percorridos, com o objetivo de reconstruir os momentos anteriores e posteriores ao crime.