O que se sabe sobre caso da brasileira que caiu em vulcão na Indonésia

Juliana Marins, brasileira que morreu em trilha na Indonésia
Juliana Marins sofreu uma queda de aproximadamente 650 metros Foto: Reprodução/ Redes Sociais

A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, segue desaparecida depois de cair enquanto fazia uma trilha no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia, na madrugada de sábado, 21, no horário local — ainda sexta-feira, 20, no Brasil. Segundo a família, as buscas foram novamente interrompidas, três dias depois do acidente, e que ela foi avistada pela segunda vez.

“Às 16h do horário local [5h em Brasília], o resgate foi interrompido por condições climáticas. Mas antes já havia sido dito que eles parariam ao entardecer por não operarem à noite”, informou o perfil no Instagram @resgatejulianamarins, pelo qual a família divulga informações sobre o caso.

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Além disso, houve a confirmação de que dois alpinistas experientes chegaram à região e estão indo para o local onde Juliana caiu. “Não temos a informação se eles conseguirão dar continuidade ao resgate durante a noite mas sabemos que há um bom reforço com equipamentos específicos para acompanhar a equipe que já está no local”, comunicou a família.

Juliana caiu de um penhasco no sábado, 21. Ela sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros e permanece, desde então, sem água, comida e roupas apropriadas para o frio.

Ainda segundo a família da publicitária, a equipe de resgate avançou “apenas 250 metros abaixo, faltavam 350 metros para chegar na Juliana” e recuou.

Condições climáticas

O resgate havia sido suspenso no domingo, 22, por conta das condições climáticas difíceis, com muita neblina. “Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!”, disse a família da Juliana.

De acordo com eles, o parque onde fica o vulcão segue normalmente com as atividades, “turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro! Nós não sabemos o estado de saúde dela! Ela segue sem água, comida e agasalhos! Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”.

Mariana, irmã de Juliana, disse que a brasileira saiu com um grupo de cinco pessoas e um guia local. Eles já estavam no segundo dia de trilha quando a publicitária relatou que estava cansada para continuar.

“O guia falou: ‘então descansa’ e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu”, afirmou Mariana. “O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. A gente só tem essas informações de mídia local. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, completou.

A publicitária foi localizada horas depois quando um outro grupo passava pela trilha. Eles usaram um drone para encontrá-la e divulgaram as imagens nas redes sociais, o que ajudou para que a informação chegasse à família de Juliana no Brasil.

Quem é a brasileira

Juliana Marins é natural de Niterói (RJ) e formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ela já esteve no Egito por dois meses durante estudos universitários e chegou a trabalhar na produção de um canal televisivo de esportes radicais.

A brasileira fazia desde de fevereiro um mochilão pela Ásia, passando por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.

Por meio das redes sociais, a publicitária compartilha registros de suas viagens e agora, devido ao acidente, acumula mais de 55 mil seguidores no Instagram.