O que se sabe sobre a queda de balão em SC que matou oito pessoas

Acidente aconteceu na manhã deste sábado, 21; outras 13 pessoas ficaram feridas

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Foto: Reprodução/Redes sociais

Um passeio de balão terminou em desastre na manhã de sábado, 21, em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, resultando em oito mortes e 13 feridos.

Como foi o acidente?

O acidente aconteceu por volta das 9h30, quando o balão pegou fogo. Segundo o piloto à polícia, as chamas começaram por um maçarico que estava no cesto. O balão chegou a descer logo que o fogo se alastrou e o piloto orientou que as pessoas pulassem, porém parte dos ocupantes não conseguiu sair.

O balão voltou a subir e foi tomado pelas chamas quando estava em altitude elevada. Vídeos que circulam na internet mostram pessoas pulando do cesto antes do balão cair em uma área próxima a um posto de saúde.


— Fiscal do Fim dos Tempos (@fiscaldofim) June 21, 2025

Em depoimento à polícia, o piloto informou que o extintor disponível dentro do balão, não funcionou.

Como os sobreviventes escaparam?

Os ocupantes conseguiram saltar do cesto, obedecendo a orientação do piloto no momento em que o balão, já em chamas, desceu e se aproximou do solo. Pouco depois, ele voltou a subir e foi tomado pelo fogo.

As 13 pessoas que sobreviveram foram levadas para hospitais de Praia Grande. De acordo com as autoridades, duas pessoas permanecem no hospital Nossa Senhora de Fátima “estáveis e com ferimentos leves”.

Quem são as vítimas fatais?

O que se sabe sobre a queda de balão em SC que matou oito pessoas

Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto e Andrei Gabriel de Melo estão entre as vítimas fatais

As catarinenses Leane Elizabeth Herrmann e sua filha Leíse Herrmann Parizotto morreram na queda do balão. Leciane Herrmann Parizotto, também filha de Leane, sobreviveu ao acidente.

Natural de Ipira, Leane tinha 70 anos. Era formada em Administração e em Pedagogia e morava em Joaçaba. Leíse era médica e servidora pública na prefeitura de Blumenau. A prefeitura da cidade publicou uma nota lamentando a morte de Leíse.

Também morreu no acidente o diretor técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística, Leandro Luzzi. “Leandro foi um profissional dedicado, apaixonado pela que fazia e um verdadeiro exemplo para atletas, colegas e toda a comunidade da patinação. Sua ausência deixará uma lacuna irreparável em nossos corações e em nossa modalidade”, diz nota divulgada pela federação.

Ainda está entre as vítimas o casal Everaldo da Rocha e Janaina Moreira Soares, moradores de Joinville. A paróquia São João Batista também publicou uma nota de pesar em que afirma que eles eram membros da comunidade. Outro casal que morreu no acidente foi Fábio Luiz Izycki e Juliane Jacinta Sawicki.

O médico oftalmologista Andre Gabriel de Melo, que vivia em Fraibugo (SC) também morreu na queda do balão.

Quem são os sobreviventes?

O piloto do balão e outros 12 ocupantes sobreviveram ao acidente:

  • Elvis de Bem Crescêncio (piloto)
  • Leciane Herrmann Parizotto
  • Thayse Elaine Broedbeck Batista
  • Marcel Cunha Batista
  • Claudia Abreu
  • Rodrigo de Abreu
  • Victor Hugo Mondini Correa
  • Laís Campos Paes
  • Tassiane Francine Alvarenga
  • Sabrina Patrício de Souza
  • Fernando da Silva Veronezi
  • Leonardo Soares Rocha
  • Luana da Rocha

Operações da empresa são suspensas

A Sobrevoar Serviços Turísticos, empresa responsável pelo balão que caiu em Praia Grande (SC), na manhã deste sábado, 21, suspendeu por tempo indeterminado suas operações “em respeito às vítimas, seus familiares e à comunidade”.

A empresa diz cumprir todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e não ter registro anterior de acidentes.

“Infelizmente, mesmo com todas as precauções necessárias e com o esforço do nosso piloto, que possui ampla experiência e adotou todos os procedimentos indicados tentando salvar todos os que estavam à bordo do balão, sofremos com a dor causada por essa tragédia”, afirma a Sobrevoar em nota.

Caso é investigado

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que irá apurar as circunstâncias do acidente. A procuradora-geral de Justiça, Vanessa Wendhausen Cavallazzi, destacou que o Ministério irá atuar nos desdobramentos tanto na esfera criminal quanto cível.

O que diz a Anac

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu comunicado na tarde deste sábado, 21, no qual disse que, por serem atividades de alto risco por sua natureza e características, voos de balão ocorrem “por conta e risco dos envolvidos”. O pronunciamento ocorre após um acidente em Praia Grande (SC), no qual oito pessoas morreram após o balão pegar fogo em pleno voo.

Segundo a agência, o balonismo como atividade aerodesportiva é permitido. As aeronaves usadas para essa prática, porém, não são registradas e nem certificadas. Também não têm “garantia de aeronavegabilidade” e não há habilitação técnica para os pilotos.

Governo quer regular atividade

O Ministério do Turismo disse esperar avanços significativos em torno da regulamentação do balonismo para fins turísticos “já na próxima semana em decorrência de uma reunião com as entidades envolvidas” no debate.

Segundo o Ministério do Turismo, “o objetivo é que o País já possua uma regulamentação específica e clara para a operação de voos de balão em atividades turísticas, visando garantir a segurança dos praticantes e impulsionar o desenvolvimento desse segmento no Brasil”.

Ainda segundo a nota, o ministério diz atuar “em parceria com o Sebrae e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para regulamentação do balonismo para fins turísticos no Brasil”.

No início do mês, a Secretária de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo (MTur), Cristiane Leal Sampaio, havia criticado a lacuna na lei, que não é explícita sobre o uso de balões para o turismo.

* Com informações do Estadão Conteúdo, Agência Brasil e AFP