A Polícia Militar afastou das ruas os 13 agentes envolvidos no caso em que um homem foi jogado do alto de uma ponte durante uma abordagem na rua Padre Antônio de Gouveia, Vila Clara, zona sul de São Paulo.

O que foi dito até o momento é que os agentes tentaram abordar uma moto em Diadema, no dia 1 de dezembro, mas a dupla que estava no veículo não teria obedecido à ordem de parada. Então houve uma perseguição por cerca de dois quilômetros, que acabou no local onde o homem, que vestia uma camiseta azul, foi arremessado.

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A ponte tem três metros de altura e fica sobre o Córrego Cordeiro. Em entrevista ao Jornal Nacional, o pai do rapaz disse que ele se chama Marcelo, tem 25 anos e trabalha como entregador. Ele ressaltou que o filho não tem passagem pela polícia e cobrou uma explicação sobre o porquê de o agente ter tomado essa atitude.

Segundo informações preliminares, o registro feito pelos policiais indica que não foi encontrado nada de irregular com a dupla. Uma das hipóteses trabalha é que o agente teria arremessado o homem como uma forma de represália pela perseguição.

O homem sobreviveu a queda e foi ajudado por pessoas em situação de rua que estavam no entorno. Ele precisou ser levado a um hospital da região e já recebeu alta.

O que falta saber?

Após o ocorrido, a corporação instaurou um IPM (Inquérito Policial Militar) e afastou os 13 agentes do 24° BPM (Batalhão de Polícia Militar), que não tiveram as identidades reveladas até o momento.

De acordo com o coronel Emerson Massera, porta-voz da corporação, classificou o caso como “ação dolosa” e ressaltou que a Polícia Militar trabalha com três vertentes para esclarecer os fatos: “Primeiro, estamos procurando esse homem, que começou como um suspeito e terminou como vítima. Além disso, estamos fazendo a oitiva desses policiais e analisando as câmeras corporais.”

Para isso, as câmeras corporais usadas pelos policiais devem ser analisadas pelos investigadores para entenderem os detalhes da ocorrência.

O que disseram as autoridades?

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que um policial militar que “atira pelas costas” e “chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte” não está à altura de usar a farda da corporação e ressaltou que o caso será investigado e os agentes, “rigorosamente” punidos.

Já o secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite (PL), criticou a ação policial. Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”, escreveu nas redes sociais.

*Com informações do Estadão Conteúdo