Uma sequência de ataques aéreos de Israel matou mais de 400 pessoas em Gaza nesta terça-feira, 18, rompendo uma trégua que se aproximava dos dois meses na guerra entre as tropas israelenses e o grupo radical islâmico Hamas.
Desde janeiro, quando as duas partes firmaram um acordo de cessar-fogo para encerrar gradualmente o conflito, este foi o maior ataque militar da região. Segundo a agência de notícias Reuters, os militares israelenses atingiram dezenas de alvos e planejam novas ofensivas aéreas e terrestres para um futuro próximo.
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Segundo o governo de Israel, o bombardeio foi uma resposta à recusa do Hamas em cumprir sua parte no acordo e devolver todos os reféns mantidos desde 7 de outubro de 2023 — cerca de 59 dos 250 israelenses sequestrados naquela data ainda estão nessa condição, conforme as autoridades do país.
Como reação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu instruiu suas tropas a tomarem “medidas enérgicas” contra o grupo radical islâmico.
Por outro lado, o Hamas argumenta que Israel tem violado repetidamente o cessar-fogo ao manter operações militares em Gaza e interromper as ações de ajuda humanitária prometidas à região. O movimento radical ainda atribuiu aos Estados Unidos a responsabilidade pelos bombardeios.
“Com seu ilimitado apoio político e militar à ocupação israelense, Washington tem total responsabilidade pelos assassinatos de mulheres e crianças em Gaza”, disse o Hamas em um comunicado. Um porta-voz da Casa Branca confirmou que Israel consultou o governo americano antes de realizar os ataques.
“O Hamas poderia ter liberado os reféns para estender o cessar-fogo, mas, em vez disso, optou pela recusa e pela guerra”, declarou o porta-voz da Casa Branca Brian Hughes.
Sobre a ruptura do acordo, o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, fez uma projeção menos adesiva a qualquer um dos lados do conflito: “Isso acrescentará tragédia à tragédia. O recurso de Israel a ainda mais força militar só vai causar mais tormento a uma população palestina que já está sofrendo condições catastróficas.”
*Com informações das agências AFP e Reuters