Nas produções hollywoodianas, em que as cenas de sexo geralmente são finalizadas com corpos suados sob um lençol, o momento após o ato é raramente mostrado. E para quem acredita que a relação sexual deve ser como um filme, a falta de representatividade pós-sexo pode causar frustração.

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Cada pessoa tem suas particularidades no momento após a relação. Enquanto algumas gostam de conversar e trocar carícias, outras preferem checar as notificações do celular ou correr para o chuveiro. O fato é que: o que acontece depois do sexo é tão importante quanto o ato, pois muitas pessoas podem acabar envergonhadas caso o aftercare (ou “cuidados posteriores”) seja negligenciado. Entenda com informações da “Women’s Health”. 

O ‘aftercare’ não funciona só no BDSM

No universo BDSM (bondage, disciplina, dominação e submissão), o aftercare é uma prática não-negociável. Trata-se do momento em que os parceiros trocam cuidados físicos e emocionais após uma experiência sexual intensa — que muitas vezes pode incluir a dor física. 

Embora esteja subentendido que os cuidados posteriores são essenciais após uma experiência BDSM, é importante considerar que talvez eles também sejam necessários em um sexo “baunilha” — ou convencional.

Por que e como praticar o ‘aftercare’

Quando se trata do universo BDSM, o aftercare é importante para diminuir gradualmente a euforia neuroquímica causada pela prática, evitando uma queda súbita nas emoções. O BDSM é fisicamente e emocionalmente mais arriscado que o sexo convencional, por isso, os cuidados posteriores são tão importantes quanto as palavras de segurança. Além de oferecerem um sentimento de proteção e cuidado, eles ajudam os parceiros a retomarem a consciência através do afeto.

Com isso em mente, é possível entender por que o aftercare pode ser importante em qualquer tipo de sexo. Em todas as relações sexuais, a confiança é fundamental, e para aproveitar o momento é preciso adotar um certo nível de vulnerabilidade que permite que inibições sejam libertas. Portanto, não é incomum que pessoas experimentem sentimentos de ansiedade ou tristeza quando o ato acaba.

“Embora possa parecer estranho [praticar cuidados posteriores] com alguém que você não está namorando sério, ainda é importante”, defende a sexóloga Gigi Engle. “Trata-se de garantir que todos sejam cuidados com respeito e ternura, para que possam finalizar uma experiência sexual sentindo-se bem consigo mesmos.” 

Exemplos de práticas do aftercare são oferecer a seu(ua) parceiro(a) um lanche ou uma bebida, trocar carícias, elogiá-lo(a), conversar, assistir a um filme ou até mesmo cuidar de qualquer machucado que possa ter surgido durante a prática de BDSM. Além disso, os cuidados posteriores são o momento ideal para conversar sobre a experiência que acabou de acontecer — o que foi prazeroso e o que talvez não tenha funcionado.